O líder do partido trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, afirmou nesta quinta-feira (11/04) que o governo britânico deve se opor à extradição aos Estados Unidos do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, preso na manhã de hoje na embaixada do Equador em Londres.
“A extradição de Julian Assange aos EUA por expor evidências das atrocidades no Iraque e no Afeganistão deve sofrer oposição do governo britânico”, escreveu Corbyn em sua conta no Twitter.
O líder trabalhista ainda divulgou o pronunciamento de uma parlamentar de seu partido, Diane Abbott, denunciando que Assange está sendo perseguido por ter exposto erros cometidos pelas forças militares norte-americanas.
Assange ficou famoso por publicar documentos secretos que denunciavam crimes cometidos pelo exército norte-americano durante operações militares no Afeganistão e no Iraque, bem como sobre as condições que ferem os direitos humanos na prisão de Guantánamo.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, também se pronunciou sobre a prisão do ativista, dizendo que “no Reino Unido, ninguém está acima da lei”. A premiê ainda agradeceu à polícia do país por conduzir a prisão com “grande profissionalismo”.
Venezuela
Em nota oficial divulgada nesta quinta, o governo da Venezuela rechaçou a prisão de Assange e o classificou como um perseguido político.
“O presidente Nicolás Maduro, em nome do governo e do povo venezuelano, expressa seu mais categórico rechaço à atroz decisão que privou do direito de asilo diplomático o cidadão australiano-equatoriano Julian Assange”, afirma a nota.
Ainda segundo Caracas, “Assange é um perseguido político do governo dos EUA. Seu delito foi ter revelado ao mundo a face mais obscura e criminosa das guerras de troca de regime que o império norte-americano executa”.
O governo venezuelano ainda pede que, “por respeito ao direito de asilo e à legalidade internacional, Assange deve ser liberado imediatamente, sua vida e sua integridade devem ser protegidas e respeitadas”.
Prisão
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi preso nesta quinta-feira (11/04), em Londres, após o presidente do Equador, Lenín Moreno, suspender o asilo diplomático do ativista. Ele estava há sete anos na embaixada do país na capital britânica.
Assange foi retirado à força do prédio da embaixada pela polícia britânica, após autorização do embaixador. A cidadania que o governo equatoriano havia concedido ao australiano foi revogada, de acordo com a chancelaria em Quito.
Wikicommons
"A extradição de Julian Assange aos EUA deve sofrer oposição do governo britânico", escreveu Corbyn