O governo da premiê Liz Truss, do Reino Unido, voltou atrás e desistiu, nesta segunda-feira (03/10), de implementar um novo plano econômico, com um corte no imposto de renda dos britânicos mais ricos. A decisão anunciada por Londres havia provocado uma crise nos mercados e dentro do Partido Conservador, do qual Truss faz parte.
“Ficou claro que a remoção da alíquota fiscal de 45% colocou sombras na nossa missão de enfrentar as dificuldades do nosso país. Por esse motivo, anuncio que não a levaremos adiante. Nós entendemos, nós escutamos. Isso nos permitirá focar na atuação de elementos-chave do nosso plano de crescimento. Em primeiro lugar, o teto para os preços da energia”, disse o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng.
A medida geraria um corte de cerca de 2 bilhões de libras esterlinas em um plano estimado entre 100 bilhões e 200 bilhões de libras esterlinas.
A proposta do governo era reduzir de 45% para 40% a alíquota para os mais ricos – e era apenas um dos pontos do texto – mas não havia previsão de onde fundos seriam utilizados, e nem clareza quanto aos planos, o que gerou críticas dentro e fora do partido de Truss.
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Proposta do governo era reduzir de 45% para 40% a alíquota para os mais ricos
Beneficiar os mais ricos em meio a crise nos preços da energia e combustíveis e da alta inflação também foi visto de forma crítica pela população britânica.
A moeda britânica ainda chegou aos seus mínimos valores desde 2009, e o banco central precisou elevar taxas para tentar conter o clima de insatisfação.
(*) Com Ansa.