O relator especial para a liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), o advogado uruguaio Edison Lanza, criticou o presidente Jair Bolsonaro por suas declarações contra o jornalista Glenn Greenwald, cujo site, o Intercept Brasil, tem divulgado conversas do ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da Operação Lava Jato.
“O presidente do Brasil lamentavelmente parece ter se esquecido da Constituição e de tratados internacionais sobre liberdade de expressão dos quais o Brasil é signatário”, afirmou Lanza ao site da BBC News Brasil publicada nesta segunda-feira (29/07).
Na entrevista, Lanza ainda ressalta que ao fazer comentários irônicos sobre a orientação sexual de Greenwald, Bolsonaro faz “um ataque discriminatório” e incita “um comportamento de perseguição” ao jornalista e à imprensa.
“O trabalho do presidente é prevenir riscos, e não aumentá-los. Este é um discurso realmente perigoso, que desagrada e gera novas expressões de ódio. O direito à liberdade de expressão não permite que se desobedeça a direitos fundamentais para se extremar a polarização, especialmente às custas de um grupo que historicamente é discriminado”, avaliou.
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‘O presidente do Brasil lamentavelmente parece ter se esquecido da Constituição e de tratados internacionais sobre liberdade de expressão’
Lanza ainda destacou que, com essas atitudes, o presidente brasileiro desobedece pelo menos dois tratados internacionais dos quais o país é signatário.
No último final de semana, Bolsonaro negou que uma portaria editada pelo Ministério da Justiça para agilizar deportações tenha o jornalista norte-americano como alvo e afirmou que ele “pode pegar uma cana aqui no Brasil”.
*Com ANSA