O professor hondurenho Roger Abraham Vallejo morreu hoje (2), após ser baleado na cabeça na quinta-feira (30) durante a manifestação que deixou o maior número de feridos e de presos até então.
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Às 0h30, horário local, 3h30 de Brasília, de hoje (2) Roger Abraham Vallejo “deixou de respirar”, informou o dirigente do sindicato dos professores Sergio Rivera.
Vallejo, que entrou em coma na quinta-feira após ser operado depois dos confrontos entre a Polícia, Forças Armadas e manifestantes, é a quarta vítima fatal desde o golpe militar de Estado que destituiu Zelaya do cargo, no dia 28 de junho.
Vallejo foi atingido por uma bala disparada pela Polícia, durante a retirada de um bloqueio em uma via da saída norte da capital pela Polícia e pelo Exército, informou o correspondente da Efe na capital Tegucigalpa.
Na quinta-feira, pelo menos seis pessoas feridas e 88 foram detidas, de acordo com os dados do governo. A Frente de Resistência contra o golpe estima que os números sejam de 72 e 100, respectivamente.
O professor deixou a esposa e um filho de 10 meses, segundo Rivera, que afirmou que o sentimento entre seus companheiros do sindicato de professores é de “indignação, muita indignação”.
Um setor dos professores hondurenhos, uma das associações mais fortes do país, é junto com os camponeses um dos pilares do movimento de resistência ao golpe, opositor do governo golpista de Roberto Micheletti.
Repressão
A Polícia de Honduras anunciou hoje a designação de duas equipes de negociação frente aos simpatizantes de Zelaya, que exigem a restituição do líder, mas advertiu que qualquer ação violenta será dissolvida.
As equipes de negociação nomeadas pela Secretaria de Segurança, através da Polícia, foram designadas para dialogar com os líderes das manifestações a favor de Zelaya sobre o comportamento que devem manter.
A Secretaria de Segurança ameaça os simpatizantes de Zelaya, afirmando que o Código Penal pune com reclusão de dois a quatro anos e multa de 30 mil a 60 mil lempiras (de 1,578 mil dólares a 3,157 mil dólares) “os que convocarem ou dirigirem de maneira ilícita qualquer reunião ou manifestação”.
“Terão caráter de ilícitas todas as reuniões às quais forem pessoas com armas, artefatos explosivos, objetos contundentes ou de qualquer outro modo perigoso a fim de cometer crime”, explica a Secretaria de Segurança em comunicado oficial.
A advertência oficial indica que “toda pessoa que, em ocasião de reunião ou desfile em lugar público, infringir as leis, será detida e colocada às ordens da autoridade competente”.
As equipes da Polícia com os dirigentes das manifestações a favor de Zelaya estarão posicionados em Tegucigalpa e San Pedro Sula, as duas maiores cidades do país.
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