Delegados da 24ª Reunião Anual do Foro de São Paulo
denunciaram nesta segunda-feira (16/07) o que classificam como agressão
midiática dos Estados Unidos e outros centros de poder que se executa contra governos
de esquerda e progressistas da América Latina. O encontro, que acontece em Havana,
será encerrado nesta terça (17/07).
De acordo com membros da mesa que discutiu as perspectivas
da comunicação política, os grandes meios de imprensa são utilizados como meio
de propaganda e desestabilização.
“Enfrentamos na América Latina forças muito poderosas
que conseguem chegar ao povo, daí a importância de articular ações para
resistir”, afirmou Rosana Ramos, diretora da Fundação Perseu Abramo,
ligada ao PT. Para ela, urge “produzir conteúdo e análises capazes de alcançar
o povo”.
Por sua vez, a ministra de Comunicação da Bolívia, Gisela López,
chamou atenção para as campanhas que buscam desacreditar líderes progressistas
e atribuir ao Estado uma “suposta perseguição” à imprensa privada.
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Painel durante Foro de São Paulo discutiu políticas de comunicação da América Latina (Prensa Latina)
Reunião
Nesta segunda, chegaram a Cuba os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Bolívia, Evo Morales. Está prevista para esta terça uma homenagem ao líder cubano Fidel Castro (1926-2016), um dos fundadores do Foro de São Paulo.
O Foro foi criado em 1990. Agrupa mais de uma centena de forças progressistas do continente e se reúne pela terceira vez na ilha (1993 e 2001), em um cenário semelhante ao que o viu nascer há quase três décadas.
O primeiro dia do encontro, domingo (15/07) foi marcado por demonstrações de solidariedade aos líderes e governos da região que sofreram ataques da direita, tais como Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia e Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta, que foi lida no plenário.
“Sempre disse que, se querem disputar conosco, que disputem politicamente, que se candidatem, que nos derrotem democraticamente, se for o caso. Pois não temos medo e sabemos encará-los e discutir com o povo qual é o futuro que ele quer: se é desenvolvimento soberano com justiça social ou o entreguismo e concentração de terra”, afirmou o ex-presidente no texto.
A ex-presidente Dilma Rousseff, por sua vez, disse durante o encontro considerar que seu “crime” e o de Lula foi defender a população mais humilde e soberania dos recursos naturais.