Para continuar funcionando após o ataque que matou 12 pessoas em Paris nesta quarta-feira (07/01), a revista satírica Charlie Hebdo aceitou o convite do jornal francês de orientação esquerdista Libération e irá utilizar as dependências do periódico temporariamente.
No Facebook, o Libération publicou uma nota informando ao público de que a direção da Charlie Hebdo — chefiada até ontem pelo cartunista Stéphane Charbonnier, o Charb — topou o convite.
“A redação de Charlie Hebdo aceitou nosso convite para continuar seu trabalho no local de Libération. Nós já os recebemos durante algumas semanas após o ataque à sede de Charlie em 2011. Nos colocamos à disposição deles para tudo o que for necessário para produzir a revista”, diz a nota publicada pelo Libération.
Agência Efe
Sede da revista 'Charlie Hebdo', em Paris, foi alvo de ataque com homens armados ontem em que morreram 12 pessoas
Também hoje, o advogado da revista alvo do ataque, Richard Malka, afirmou que a próxima edição da Charlie Hebdo, publicada sempre às quartas-feiras, irá às bancas com a tiragem de 1 milhão de exemplares — normalmente, são impressas apenas 60 mil cópias.
NULL
NULL
A edição, em caráter especial, terá oito páginas, metade do que contém regularmente, segundo noticiou o jornal Le Monde. A revista satírica — que vinha atravessando momentos de crise orçamentária — ainda contará com a ajuda financeira de outros meios de comunicação franceses, como a emissora TV Canal+ e além dos próprios jornais Libération e Le Monde. Transportadoras e gráficas também apoiam a iniciativa e não irão cobrar os custos de impressão e distribuição do próximo número da Charlie Hebdo.
“É muito difícil, com todo nosso sofrimento, nossa dor, nossos medos, mas vamos fazê-la [a revista] de qualquer maneira. Charb [diretor da publicação, morto no ataque] sempre disse que o jornal tinha que sair custe o que custar”, disse o colunista da revista Patrick Pelloux à agência AFP.
Também hoje, o Google anunciou que vai doar € 250 mil (cerca de R$ 800 mil) para a revista francesa. Segundo noticiou o jornal The Guardian, o montante é parte de um fundo que a empresa mantém para estimular a inovação na imprensa.