O ex-ministro britânico das Finanças Rishi Sunak anunciou neste domingo (23/10) a sua candidatura ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, um dia antes do encerramento das postulações para o processo, na sequência da renúncia de Liz Truss como líder do governo.
Sunak foi o primeiro a atingir nesta sexta-feira (21/10) os 100 apoios necessários de deputados conservadores para continuar na disputa, mas o político de 42 anos esperou até este domingo para oficializar sua candidatura.
“O Reino Unido é um grande país, mas estamos enfrentando uma profunda crise econômica”, escreveu o ex-banqueiro no Twitter. “É por isso que estou concorrendo para ser o líder do Partido Conservador e seu próximo primeiro-ministro. Quero endireitar nossa economia, unir nosso partido e atuar por nosso país”, continuou.
Esta nova campanha para Downing Street começou na quinta-feira devido à renúncia de Liz Truss, após apenas 44 dias no poder.
No início de setembro, o agora ex-primeira-ministra foi eleita por membros do Partido Conservador em disputa contra o próprio Sunak. Após uma semana política agitada, três possíveis candidatos surgiram desde quinta-feira: Sunak, a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt e o ex-primeiro-ministro Boris Johnson, que renunciou em julho.
Disputa acelerada
O Partido Conservador está realizando uma disputa acelerada para escolher um novo primeiro-ministro dentro de uma semana.
De acordo com as regras, um máximo de três candidatos poderão se qualificar a partir de uma votação entre os legisladores na segunda-feira.
Se necessário, os 172 mil membros do partido decidirão entre os dois primeiros em uma votação online na sexta-feira.
Kirsty Wigglesworth/AP/dpa
Ex-ministro da Economia Rishi Sunak pode vir a concorrer contra Boris Johnson e Penny Mordaunt
Os candidatos precisam de 100 indicações de legisladores conservadores para se qualificarem. De acordo com registros não oficiais da Sky News e da BBC, Sunak tem o apoio de mais de 120.
“Haverá integridade, profissionalismo e responsabilidade em todos os níveis do governo que eu liderar e trabalharei dia após dia para fazer o trabalho”, afirmou Sunak em comunicado. “Estou pedindo a vocês a oportunidade de ajudar a resolver nossos problemas.”
Possível retorno de Johnson
Cerca de 24 legisladores deram seu apoio publicamente a Mordaunt, enquanto Johnson teria o apoio de cerca de 50.
Dezenas dos 357 legisladores conservadores do Reino Unido ainda não disseram quem apoiarão.
Talvez o conservador mais notável a declarar apoio a Johnson, caso sua candidatura se materialize, tenha sido o atual ministro do Exterior, James Cleverly. Ele argumenta que o curto mandato de Truss demonstrou os desafios do cargo e que Johnson havia aprendido com sua recente queda.
“As últimas semanas mostram que ser primeiro-ministro é difícil, e nenhum outro cargo no governo é igual. Eu sei que Boris aprendeu lições com seu tempo no número 10 e garantirá que o foco esteja nas necessidades do país desde o primeiro dia. Eu o estarei apoiando para retornar ao papel de primeiro-ministro”, escreveu Cleverly no Twitter.
Johnson foi forçado a deixar o cargo em julho em meio a um escândalo depois que Sunak deixou o cargo de ministro das Finanças, provocando uma onda de demissões. A aparente tentativa de retorno do ex-primeiro-ministro recebeu reações mistas de dentro de seu próprio partido. Apoiadores dizem que ele é uma figura popular que pode atrair votos, enquanto críticos alertam que seu retorno seria uma catástrofe para o futuro do partido.