O chefe da agência espacial russa, a Roscosmos, Dmitry Rogozin, afirmou que o país deixará o programa da Estação Espacial Internacional (ISS), mas ainda não deu prazos para a saída, informou o próprio diretor à emissora Rossya-24 e à agência Tass.
“A decisão já foi tomada, mas não somos obrigados a falar publicamente. Só posso dizer uma coisa: de acordo com as nossas obrigações, avisaremos nossos parceiros com um ano de antecedência sobre o fim dos trabalhos na ISS”, pontuou Rogozin.
Durante a entrevista, porém, o chefe da Roscosmos disse que o trabalho no local é determinado “pelo governo e pelo presidente” e que “continuaremos a trabalhar até 2024”.
Ainda conforme Rogozin, a Rússia está desenvolvendo a sua própria estação espacial e o “anteprojeto disso está sendo desenvolvido”. Os trabalhos internacionais na ISS foram os únicos não afetados diretamente por conta da guerra na Ucrânia.
Moscou é alvo de inúmeras sanções dos países ocidentais e, parte das punições, inclui a parceria que a Roscosmos desenvolvia com os europeus. A missão ExoMars, por exemplo, seria lançada para a exploração de Marte em setembro deste ano, no entanto, foi cancelada.
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Moscou é alvo de inúmeras sanções dos países ocidentais e, parte das punições, inclui a parceria que a Roscosmos desenvolvia com os europeus
O anúncio da decisão ocorre após os cosmonautas russos Oleg Artemeyev e Denis Matveyev exibiram uma réplica da Bandeira Soviética da Vitória, símbolo oficial do Exército de Moscou, na parte externa do módulo científico multiuso Nauka.
O gesto fez referência ao momento que a bandeira foi erguida pelos soldados Alexey Berest, Mikhail Yegorov e Melitin Kantariya, do Exército Vermelho Soviético, no edifício do Reichstag, em Berlim, em 1 de maio de 1945.
(*) Com Ansa