O governo da Rússia manifestou nesta terça-feira (05/03) seu rechaço às novas sanções impostas pelos Estados Unidos contra Cuba.
O diretor do Departamento para América Latina da chancelaria russa, Alexander Schetinin, criticou as novas medidas tomadas pelo governo norte-americano nesta segunda-feira (04/03) para endurecer o bloqueio econômico contra Cuba.
Schetinin também repudiou declarações do assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, sobre a ilha.
Segundo o funcionário do governo russo, “esta é outra declaração completamente louca de um representante da administração dos EUA, que propôs ajustar seus padrões na região da América Latina”.
Schetinin afirmou que as palavras de Bolton são absolutamente inaceitáveis e demonstram que todo o que se disse acerca de restaurar a democracia na Venezuela é só um disfarce para configurar países latino-americanos para seus interesses.
Nesta segunda-feira (04/03), Bolton afirmou em sua conta no Twitter “o papel de Cuba em usurpar a democracia e fomentar a repressão na Venezuela é claro”.
O funcionário do governo dos EUA também disse que esse é o motivo pelo qual “os Estados Unidos irão continuar a endurecer as restrições financeiras a militares e serviços de inteligência de Cuba”.
Lei Helms-Burton
A Lei Helms-Burton (também conhecida como Lei da Liberdade Cubana e Solidariedade Democrática), entrou em vigor em 1996, e foi concebida para endurecer a política de bloqueio econômico, comercial e financeiro imposta oficialmente em 1962 contra a ilha.
Entre os principais objetivos da Lei Helms-Burton está o de impedir as relações econômicas, comerciais e financeiras de Cuba com outros países e afetar sua capacidade de atrair investimentos diretos de capital estrangeiro para seu desenvolvimento.
O Título III estabelece a proteção dos direitos de propriedade de cidadãos norte-americanos em Cuba, para que aqueles cujas propriedades haviam sido expropriadas pelo governo depois da Revolução Cubana, possam iniciar litígios contra qualquer pessoa que realize transações econômicas com esses bens.
A Lei, entretanto, outorga ao presidente dos EUA a autoridade de suspender ou habilitar a aplicação do Título III a cada seis meses, o que na prática significou o congelamento deste capítulo nos últimos 22 anos, uma vez que todas as administrações norte-americanas o suspenderam semestralmente.
Em janeiro, o governo de Donald Trump anunciou a suspensão, por apenas 45 dias, da aplicação do Título III da Lei Helms-Burton. Após o prazo, a cláusula pode entrar em vigor de forma inédita, o que permitiria cidadãos norte-americanos abrirem processos judiciais para reaver propriedades expropriadas durante a Revolução Cubana em 1959
'Doutrina Monroe' e Lavrov
Ainda nesta segunda-feira (04/03), o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que a declaração de Bolton, de que Washington não tem medo de usar as palavras “Doutrina Monroe” em relação à Venezuela “é um insulto a toda América Latina”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia também lembrou que, após a criação da ONU em 1945, a lei internacional é regulada por essa organização, a mais legítima e universal.
“A teoria e prática dos 'quintais' é, de uma maneira geral, ultrajante. Suponho que os países da América Latina reagirão a essa declaração de John Bolton. Ele mencionou a Doutrina Monroe em relação à Venezuela, mas insultou toda a América Latina”, declarou Lavrov.
*Com teleSur e Sputnik
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Schetinin também repudiou declarações do assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, sobre a ilha