O governo da Rússia se pronunciou oficialmente sobre a nova crise entre Israel e Palestina nesta segunda-feira (09/10), em uma coletiva de imprensa oferecida pelo chanceler Sergei Lavrov.

Segundo o chefe da diplomacia russa, o atual cenário na região é resultado de uma “política destrutiva” impulsionada pelos Estados Unidos, que “em vez de trabalharem com os setores que tentam mediar um diálogo entre israelenses e palestinos, prefere boicotar essa negociação, porque não está verdadeiramente interessado na criação de um Estado Palestino”.

Sobre os acontecimentos do fim de semana, o ataque sem precedentes do Hamas ao território palestino que vem sendo ocupado por colonos israelenses, e a posterior resposta de Tel Aviv, declarando guerra aos palestinos e iniciando uma nova ofensiva militar contra Gaza, Lavrov fez alusão a uma certa “incoerência”, tanto dos Estados Unidos quanto dos países do Ocidente de uma forma geral.

“Ouvimos declarações relevantes dos nossos colegas ocidentais, condenando o ataque contra Israel. Esperamos que exista uma coerência e que se defenda o fim das hostilidades de ambos os lados. Por enquanto, essa posição (dos países do Ocidente) levanta sérias dúvidas, porque dizem que só pode haver o fim do conflito se Israel vencer, destruir os terroristas”, declarou Lavrov.

A coletiva de Lavrov aconteceu minutos depois de uma reunião que o chanceler teve nesta mesma segunda com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, para conversar sobre o novo conflito no Oriente Médio.

“É necessário não só parar urgentemente com os combates, proteger as vidas dos civis e, sobretudo dedicar ao problema dos palestinos, que está sobre a mesa há muitas décadas e ainda não se chegou a uma solução, mesmo depois de terem sido tomadas decisões diretas e inequívocas do Conselho de Segurança da ONU e depois de diferentes acordos entre Israel e a Palestina”.

O chanceler russo afirmou que Moscou pretende “trabalhar em conjunto com os membros da Liga Árabe para contribuir com a resolução dos problemas, em primeiro lugar, acabando com o derramamento de sangue, e em seguida, promovendo uma negociação para estabelecer parâmetros definitivos para a paz”.

“Estamos prontos para trabalhar nesse sentido com todos os outros países que estejam sinceramente interessados em estabelecer uma paz sustentável no Oriente Médio, e em garantir a segurança de todos os países da região, sem excepções, incluindo o Estado da Palestina, cuja criação exige uma decisão firme e objetiva do Conselho de Segurança (da ONU)”, acrescentou Lavrov.

Com informações de TASS.