As eleições presidenciais do Paraguai, realizadas neste domingo (30/04) terminaram com a vitória do candidato do Partido Colorado, o economista Santiago Peña, de 44 anos.
Com mais de 99% das urnas apuradas, Peña obtém 42,8% dos votos [1,2 milhão de votos totais] e uma vantagem de quase 16 pontos percentuais sobre o segundo colocado, Efraín Alegre, do Partido Liberal, que tem 27,5%.
Diante de uma vantagem irreversível, alcançada quando havia cerca de 83% da apuração concluída, o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) declarou o candidato governista como presidente eleito. Ele deve assumir, no próximo mês de agosto, um mandato de cinco anos, até agosto de 2028.
Apesar de ter contado com o apoio do atual mandatário do país, o também colorado Mario Abdo Benítez, Peña está mais ligado ao ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018), pois foi ministro da Fazenda durante aquele governo.
A vitória do economista também significa que o Partido Colorado mantém sua hegemonia no Paraguai, iniciada com a chegada ao poder de Juan Natalicio González, em agosto de 1948. Desde então, a legenda conservadora quase nunca perdeu o poder no país, entre mandatos democráticos e o período ditatorial liderado pelo general Alfredo Stroessner (1954-1989).
Twitter / Santiago Peña
Candidato governista Santiago Peña mantém hegemonia política do Partido Colorado no Paraguai
O único período presidencial no Paraguai que não foi liderado pelos colorados aconteceu entre 2008 e 2013, quando Lugo venceu as eleições e governou até 2012, ano em que foi vítima de um golpe de Estado parlamentar orquestrado pelo Partido Liberal, do seu então vice Federico Franco, que governou durante o último ano de mandato.
Aquela aliança entre liberais e progressistas foi reeditada nas últimas eleições, sob a liderança de Efraín Alegre, do Partido Liberal, que foi ministro de Obras Públicas de Lugo. Ele foi derrotado em 2018 por Benítez e novamente este ano, diante de Peña.
Nas eleições deste 2023, Alegre obteve 27,5% [pouco mais de 800 mil votos totais]. A performance foi significativamente abaixo da conquistada há cinco anos, quando ele superou a marca de um milhão de votos, ficando com 43,1% [3,3% a menos que o vencedor, Abdo Benítez].
O terceiro colocado neste ano foi o ultranacionalista Payo Cubas, do partido Cruzada Nacional. Ele obteve cerca de 22,9% dos votos [quase 700 mil votos totais], alcançando o melhor resultado da extrema direita na história do Paraguai.
Outro representante da extrema direita, o ex-goleiro José Luis Chilavert, chegou a figurar em quarto lugar em algumas pesquisas no início do ano, mas sua candidatura acabou se desinflando na reta final, e ele terminou em quinto, com 0,8% [pouco mais de 24 mil votos totais].