37,4 milhões de eleitores a Espanha estavam aptos a votarem neste domingo (23/07) no pleito convocado por Pedro Sánchez, e compareceram às urnas cerca de 53%.
Com mais de 99% das urnas apuradas, nem esquerda nem direita alcançaram maioria no Parlamento (176 assentos). O conservador Partido Popular (PP), liderado por Alberto Núñez Feijóo, teve 33% dos votos, 136 cadeiras. Já o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de esquerda, do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez, teve 31,7%, 122 assentos.
Antes da eleição, pesquisas já apontavam vitória do PP, mas que, para obter maioria direitista teriam que fechar aliança com o Vox. Liderado por Santiago Abascal e de extrema direita, a sigla foi a terceira mais votada, com 12,39%, obtendo 33 cadeiras. Do outro lado o Sumar, que tem Yolanda Díaz como representante, teve 12,31%, 31 assentos.
No entanto, caso PP e Vox formem uma coalizão, alcançam 169, faltando sete para maioria. Para esse cenário, Feijóo precisa de outras siglas, como do Partido Nacionalista Basco, de centro-direita, que obteve cinco lugares no Congresso. Outros partidos, como Coligação Canária e União do Povo Navarro, ambos ligados à centro-direita, conquistaram uma vaga cada no Parlamento. Assim, a aliança teria 176.
Mas a corrida por aliança não será fácil, assim como para a esquerda. O PSOE, que conquistou 122 cadeiras, tem ao seu lado o Sumar, coalizão que contou com o Podemos e mais 14 partidos da esquerda espanhola, teve 31, somando 153.
Eva Ercolanese
Pedro Sánchez comemorou o resultado, falando em ‘fracasso’ da direita
Para o PSOE formar maioria depende da esquerda basca, o Euskal Herria Bildu, coalizão herdeira do Herri Batasuna, que teve seis assentos. O nacionalismo catalão reúne 14 votos (Juntos pela Catalunha e Esquerda Republicana) e seria necessário mais três dos demais nacionalistas.
A chance principal é de bloqueio e repetição do processo eleitoral. Sánchez comemorou o resultado, falando em “fracasso” da direita: “temos mais votos e mais assentos do que há quatro anos”. Ele destacou que “falhou quem levantou o machismo, o retrocesso de direitos e liberdades. O bloco involucionista do Partido Popular com o Vox foi derrotado. Somos mais os que querem que a Espanha avance”.
Recordou que, após as eleições locais e regionais em maio, convocou eleições antecipadas para o país decidir se continua no caminho do progresso ou da involução proposta pela direita
Já Díaz, disse que, antes da eleição, muitos estavam preocupados com o que poderia acontecer, mas que “hoje vão dormir mais tranquilos”.