Em sua estreia na Copa do Mundo Feminina de 2023 na Austrália, a seleção brasileira enfrenta nesta segunda-feira (24/07) o time do Panamá, país da América Central e o último a se classificar no campeonato, no Hindmarsh Stadium, na cidade de Adelaide.
Sendo um dos sete países istmos, ou seja, situado em um território cercado por oceanos e que une grandes extensões de terra [América do Norte e América do Sul], o Panamá é amplamente conhecido pelo Canal do Panamá, importante rota de navegação que liga os oceanos Atlântico e Pacífico ou mesmo pelas escalas das companhias aéreas que viajam até os Estados Unidos.
Mas para além desses fatores mencionados, o país centro-americano tem outras características que podemos conhecer antes de assistir o primeiro jogo do Brasil no campeonato mundial de futebol.
Colonização, Símon Bolívar e intervenção dos EUA
Como todos os países da América Central e a maior parte da América Latina, o Panamá foi colonizado pela Espanha por volta do ano 1500. Informações históricas datam que 1502 foi o ano em que o navegador Cristóvão Colombo foi ao território e já em 1513 registra habitantes originários, como tribos indígenas cunas, guaymís e chocós, que foram dizimados.
Em 1821, o país que hoje conhecemos como Panamá fazia parte da chamada Grã-Colômbia com outros três países atuais: Colômbia, Venezuela e Equador. Apesar de não ter durado por pouco mais de uma década, foi uma grande ambição do líder revolucionário responsável pela independência de muitos países na região centro e sul-americana, Simón Bolívar. Esse é conhecido como o primeiro movimento integracionista da América Latina.
Com essa integração, a independência do Panamá em relação à Espanha foi declarada, mas continuou unido à Colômbia até 1903, quando houve tentativas de separação. Neste processo, os Estados Unidos tiveram grande papel para que essa integração fosse dissolvida, e obtiveram êxito.
Desde então, o Panamá tem estreitas relações com os Estados Unidos, tendo o balboa panamenho como sua moeda oficial, mas também adotando o dólar norte-americano em seu território. Atualmente, o valor de um balboa panamenho é de R$4,77, o mesmo valor do dólar para o real.
Para além da economia, o governo panamense também mantém relações com Washington junto às Forças Armadas do país. O Panamá não tem um exército, tendo sido extinguido pela invasão norte-americana ao país em 1989.
Twitter/FEPAFUT
Seleção feminina de futebol do Panamá, estreante na Copa do Mundo
A operação coordenada pelo então presidente George Bush (1989-1993) capturou o general Manuel Noriega que atuava como comandante das Forças de Defesa do Panamá.
Desde então, o país só tem policiais das Forças Públicas que atuam pela segurança dentro do território panamenho e não mais um exército. A Constituição do Panamá não menciona a existência de um exército ou de Forças Armadas.
Significado de Panamá
Com diversas interpretações, a etimologia de 'Panamá' tem variadas interpretações, no entanto a de maior consenso é que os povos originários do país nomearam a região por 'Panamá', significando “abundância de peixes e borboletas”.
Além de peixes e borboletas, o país também apresenta uma vastidão de espécies de aves, confirmando assim a riqueza de fauna presente no país.
Há relatos de que no Panamá existam 10% das aves conhecidas no mundo inteiro e tem mais variedade de espécies do que nos Estados Unidos e Canadá juntos.
Canal do Panamá
Com 82 quilômetros de comprimento, o Canal do Panamá liga o oceano Pacífico ao Atlântico. O local foi construído por uma empresa francesa que posteriormente vendeu suas ações para os Estados Unidos. Washington tinha interesse na construção da rota desde antes da independência do Panamá devido à facilidade que teria com a nova rota marítima.
Sendo inaugurado em 15 de agosto de 1914, o Panamá só teve autonomia, de fato, pelo Canal em 1999, antes disso o controle da via era realizado pelos Estados Unidos.
Operando 24 horas diariamente, o Canal do Panamá recebe a passagem de 14 mil embarcações por dia, sendo que elas só podem realizar a rota caso o comandante ceda a direção do navio para uma Autoridade do Canal do Panamá (ACP), comandantes do próprio canal que levam a embarcação de um oceano até o outro.
Política
O Panamá é uma República presidencialista, governado atualmente pelo representante de centro-esquerda Laurentino Cortizo Cohen, do Partido Revolucionário Democrático (PRD).
Conhecido de “Nito”, ganhou as eleições em 2019 após a oposição panamenha governas o país centro-americano por uma década.
Entre os presidentes anteriores do Panamá está Mireya Moscoso (1999-2004), uma das primeiras mulheres eleitas para o mais alto cargo do Executivo na América Latina e a segunda na América Central, ficando atrás apenas de Violeta Chamorro, na Nicarágua (1990-1997).