O republicano de maior prestígio no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Richard Lugar, pediu ao presidente Barack Obama que nomeie um enviado especial para Cuba, a fim de começar negociações diretas com o governo de Raúl Castro, revelou o site do Washington Post. Ele sugeriu também o fim do embargo econômico, imposto na década de 60.
“O embargo é um perigo para nossa segurança nacional e interesses no mundo ocidental”, disse Lugar. Por isso, segundo ele, a nomeação de um enviado especial é “vital” e a próxima Cúpula das Américas – de 17 a 19 de abril, em Trinidad e Tobago – é uma oportunidade de construir um ambiente melhor para os interesses norte-americanos na região, “mudando nossa política em relação a Cuba”.
O pedido está contido numa carta enviada à Casa Branca no dia 30 do mês passado, que pede a suspensão do embargo. Uma fonte da Casa Branca, que não quis ser identificada porque não está autorizada a falar do tema, disse ao Opera Mundi que a carta de Lugar está sendo avaliada pelo chefe de gabinete de Obama, o ex-deputado federal Ramh Emanuel, e membros do Conselho Nacional de Segurança.
Lugar é senador por Indiana, estado composto por muitos granjeiros que comercializam com Cuba. Sempre foi defensor da aproximação e tem influência no Senado. Segundo ele, a ilha tem uma influência “simbólica” na região e, entre os países do continente americano, “existe uma disponibilidade ao diálogo” com o governo cubano. Neste sentido, o embargo “é um impedimento para conseguir apoio para objetivos importantes”.
O republicano, no entanto, acha que ainda é cedo para promover a volta de Cuba à OEA (Organização dos Estados Americanos), devido à exigência de respeito aos direitos humanos e democracia política pluralista contida na Carta Interamericana.
Na última segunda-feira, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, defendeu na Colômbia o regresso de Cuba. Segundo ele, se a organização baniu a ilha por suas alianças com a China e a extinta União Soviética, agora isso não tem sentido.
“Um país já desapareceu e o outro dedica-se a comprar bônus do Tesouro dos Estados Unidos. Se vamos manter Cuba de fora, é melhor termos uma explicação melhor”, afirmou Insulza.
Enviados especiais
Obama já nomeou enviados para Coreia do Norte, Afeganistão e Oriente Médio, mas nunca falou de algo similar para Cuba. Há duas semanas, o Departamento do Tesouro anunciou o fim das restrições no envio de remessas e nas viagens para os exilados cubanos residentes nos Estados Unidos.
A Câmara de Deputados deve votar nas próximas semanas a liberação de viagem a Cuba para todos os norte-americanos, tal como nos tempos do ex-presidente Jimmy Carter, nos anos 70.
Visita “produtiva”
Uma missão de sete parlamentares democratas dos EUA está em Cuba para defender o diálogo entre Havana e Washington. Barbara Lee, chefe da missão, disse que a visita está sendo “muito produtiva”. A foto abaixo mostra Barbara com os colegas Bobby Rush (esquerda), Mel Watt (centro) e Mike Honda (direita). Crédito: Alejandro Ernesto/EFE.
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