O senador republicano George LeMieux, da Flórida, retirou na noite de ontem o veto à nomeação do ex-sub-secretário para América Latina, Thomas Shannon, para a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A atitude ocorreu depois que o senador recebeu garantias de que a Casa Branca normalizará a emissão de vistos em Honduras e promoverá a democracia em países como Cuba.
“Em Honduras, os EUA seguirão normalizando as relações com o governo daquele país e com o presidente eleito [Porfirio] Lobo. A operação contra o narcotráfico continuará e a emissão de vistos ficará normalizada”, diz LeMieux em comunicado de imprensa, publicado pelo blog The Buzz.
“Em Cuba, os EUA reabrirão o processo para organizações sem fins lucrativos solicitarem financiamento pró-democracia, incluirão membros pró-democracia de Cuba em eventos no Escritório de Interesses dos EUA em Havana (…)”.
Segundo o processo legislativo norte-americano, a confirmação de Shannon no novo cargo fica agora nas mãos da maioria democrata do Senado, em particular do líder do partido, Harry Reid. A decisão deve ser tomada somente em janeiro de 2010.
Os responsáveis pelo escritório de Reid disseram a Agência Efe que o senador ainda não decidiu se deve pedir “consenso unânime” no plenário do Senado para caminhar com o voto definitivo sobre Shannon.
DeMint
Shannon já havia sido vetado antes pelo senador republicano Joe DeMint, da Carolina do Sul, que retirou o veto no começo de novembro. DeMint também impossibilitou a indicação de Arturo Valenzuela para subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental. Sem ninguém nestes cargos, o país se encontrava sem responsável pela América Latina, justamente em meio ao conflito em Honduras.
LeMieux, proveniente da Flórida, onde existe uma grande comunidade hispânica, impôs seu veto logo após a retirada de DeMint, como forma de protesto. Para ele e grande parte dos republicanos a saída de Zelaya do país foi constitucional.
LeMieux declarou em comunicado que discutiu com a secretária de Estado, Hillary Clinton, sobre a nomeação de Shannon, para quem explicou sua preocupação sobre retrocessos da democracia e o aumento de regimes autoritários na América Latina.
“Recebi compromissos suficientes da secretária de que a política da administração na América Latina, particularmente em Honduras e Cuba, será a de promover os ideais e metas da democracia”, afirmou o senador.
Se não houver mais nenhum veto, Shannon deve assumir como próximo embaixador dos Estados Unidos em Brasília. As próximas sessões do Senado começam em janeiro de 2010.
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