O presidente sérvio Aleksandar Vucic ordenou um aumento no número de efetivos da chamada Unidade Especial, um grupo de elite das Forças Armadas, com o intuito de que estas se mantenham em “prontidão de combate”, para o caso de um conflito armado contra Kosovo.
Atualmente, a Unidade Especial conta com 1,5 mil efetivos, e passaria a ter 5 mil nas próximas semanas, segundo o determinado pelo Ministério da Defesa da Sérvia, horas depois da ordem de Vucic.
Também segundo o Ministério sérvio, a Unidade Especial conta com “suboficiais e oficiais altamente treinados e preparados, que terão concluído a mais moderna formação, tanto teórica como prática, além de armas e equipamentos militares de última geração”.
Ao justificar a medida, o presidente Vucic assegurou que os militares enviados a Kosovo terão como missão “defender as comunidades sérvias que vivem na região”. Contudo, o comunicado do Ministério da Defesa descreve a Uniade Especial das Forças Armadas dizendo que “esses soldados estarão prontos para responder a todos os desafios que nossa pátria enfrenta”.
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Soldados sérvios durante parada militar
A tensão entre Sérvia e Kosovo vem aumentando nas últimas semanas, desde a instalação de unidades da Polícia do Kosovo em áreas habitadas principalmente por pessoas de etnia sérvia, situação que Belgrado considera ilegal e abusiva.
Essas forças policiais kosovares contam com o apoio militar da Missão de Paz de Kosovo (KFOR), que por sua vez é sustentada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Por sua vez, a KFOR afirmou que o aumento da presença dos seus efetivos no Norte de Kosovo está dentro da lei estabelecida pelo governo de Pristina, que conta com reconhecimento parcial a nível internacional: tem o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia, mas carece de respaldo entre os demais países do mundo, incluindo potências como Rússia e China.
O ministro das Relações Exteriores da Sérvia, Ivica Dacic, declarou que Belgrado está disposto a intervir militarmente em caso de ações violentas contra os sérvios em Kosovo. Em suas palavras, as autoridades sérvias farão “tudo pela paz, pela continuação do diálogo, Mas se houver agressão física, assassinato de sérvios, pogroms e a KFOR não quiser intervir e cumprir seus compromissos sob a resolução 1244 [do Conselho de Segurança da ONU], a Sérvia terá que fazê-lo”.