Membros do Talibã reprimiram nesta quarta-feira (18/08) um grupo de manifestantes que protestava na cidade de Jalalabad, na região leste do Afeganistão, contra a troca da bandeira nacional por uma do grupo islâmico.
A informação foi confirmada pela emissora catari Al Jazeera. Segundo o veículo, disparos foram feitos contra a mobilização e pelo menos três pessoas foram mortas.
Ainda de acordo com a emissora, os manifestantes haviam recolocado a bandeira do Afeganistão em uma praça central de Jalalabad, substituindo a flâmula do Talibã.
Segundo o jornal britânico The Guardian e a agência norte-americana Associeted Press, jornalistas locais foram agredidos por membros do Talibã quando tentaram cobrir o ocorrido.
Vídeos divulgados pela agência de notícias afegã Pajhwok mostram dezenas de pessoas marchando em Jalalabad carregando bandeiras do país.
Protest in Jalalabad city in support of National flag.#Afghanistan pic.twitter.com/oxv3GL0hmS
— Pajhwok Afghan News (@pajhwok) August 18, 2021
'Valores do Talibã deverão ser seguidos'
Um porta-voz do grupo fundamentalista islâmico Talibã, que assumiu o poder no Afeganistão, disse nesta terça-feira (17/08) que os cidadãos do país terão as “próprias regras”, mas seguindo os “valores” da organização.
Representando o grupo, o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid afirmou que os afegãos terão esse “direito”, defendo que outros países também respondem por leis seguindo “regras e abordagens diferentes”.
Wikicommons
Cidadãos substituíram símbolo do grupo por bandeira nacional em praça central
“Nós temos o direito de agir segundo nossos princípios religiosos, outros países têm regras e abordagens diferentes, e os afegãos têm o direito de ter as próprias regras de acordo com nossos valores”, destacou Mujahid. O porta-voz ressaltou que o grupo não quer “ter problemas” com a comunidade internacional, declarando que os direitos das mulheres também serão assegurados sob a Sharia, a lei islâmica.
Segundo Mujahid, a ação militar do Talibã, que conquistou o país neste domingo (15/08) após o presidente Ashraf Ghani renunciar ao cargo e fugir do país, foi uma medida para “libertar” o Afeganistão, sendo motivo de “orgulho para toda a nação”.