A greve geral realizada nesta quarta-feira (24/01) em toda a Argentina, contra o pacote de ajustes anunciado em dezembro pelo presidente Javier Milei, contará com a solidariedade dos trabalhadores de outros lugares, como no Brasil, Uruguai, Chile e Espanha.
Nesses atos, é esperado protestos contra as políticas ultraliberais impulsionadas pelo novo governo do país vizinho em frente às sedes diplomáticas da Argentina.
Diferentes organizações sindicais brasileiras anunciaram manifestações em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, em frente aos consulados da República Argentina nessas três cidades.
Em São Paulo, o ato está marcado para as 17h, na Avenida Paulista, e contará com representantes do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Nacional dos Estuantes (UNE), União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), Comitê Contra a Privatização da CPTM, entre outros.
A manifestação no Rio terá início às 14h, na Praia do Botafogo, também está sendo convocado pela CUT, CTB, UNE e outras centras sindicais e movimentos populares.
Em Brasília, o ato contra Milei já aconteceu na manhã dessa quarta, em frente à Embaixada da Argentina na capital federal, também com participação significativa das centras sindicais e entidades da sociedade civil.
Agência Andina
Governo de Milei enfrenta sua primeira greve geral menos de dois meses ap´´os sua chegada ao poder
Outra embaixada argentina que enfrentará manifestações contra o governo de extrema direita de Milei é a de Montevidéu, no Uruguai, em ação convocada pela Plenária Intersindical de Trabalhadores – Convenção Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT), principal organização sindical do país.
Já em Assunção (Paraguai), Santigo (Chile), Roma (Itália) e Madri (Espanha), os manifestantes levaram cartazes e gritaram palavras de ordem contra as medidas de Milei.
Mega ajuste de Milei
Essa solidariedade dos trabalhadores busca apoiar uma greve geral de 12 horas convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical da Argentina.
A mobilização teve início às 12h (hora local, que é a mesma de Brasília) e busca pressionar o Congresso a votar contra a Lei Ônibus, um pacote de ajuste com mais de 300 medidas com o qual o governo pretende fazer uma forte redução do papel do Estado na economia do país, com cortes profundos especialmente nos investimentos sociais e nos subsídios aos serviços públicos.
A bancada governista no Legislativo argentino tentou, sem sucesso, realizar a votação na Câmara dos Deputados antes do início da greve geral.
A oposição, por outra parte, quer votar o projeto nesta quinta-feira (25/01), aproveitando a repercussão política da greve, mas enfrenta a resistência dos apoiadores do governo, que primeiro tentaram acelerar o trâmite, e agora querem adiar a votação.