No início da década de 1960, foi formada, após uma série de embates entre grupos de esquerda e direita do Uruguai, a guerrilha urbana de orientação marxista Tupamaros, ou MLN (Movimento de Libertação Nacional). O nome do grupo, de origem desconhecida, foi visto pela primeira vez em público em 1964, escrito em cartazes espalhados por universidades uruguaias.
Os Tupamaros, num primeiro momento, pretendiam reunir armas e fundos para uma luta armada de proporções maiores, contra as lideranças no Uruguai à época, essencialmente atreladas aos Estados Unidos. Influenciados pelo sucesso da Revolução Cubana, os integrantes do movimento tinham como plataformas uma sociedade mais justa, a redistribuição de terras e a independência econômica uruguaia. O grupo era liderado por Raúl Sendic e tinha em seus quadros José “Pepe” Mujica, virtual candidato à presidência do Uruguai neste ano (leia perfil).
Dentre as ações perpetradas pelos Tupamaros ao longo de sua atuação, durante as décadas de 1960 e 1970, figuram assaltos a bancos e roubos de carros – noticiados em todo o mundo devido à ousadia com que eram executados. Ousadia e criatividade, como quando 50 revolucionários, disfarçados em um cortejo fúnebre, invadiram a pequena cidade de Pando, uma das maiores do interior uruguaio, ao sul do país. Era o segundo aniversário da morte de Ernesto Che Guevara.
Durante meia hora, assaltaram estabelecimentos e distribuíram panfletos. Um erro na retirada custou a vida de três revolucionários e a prisão de outros 16. Aqueles que foram capturados sofreram brutal tortura. Os guerrilheiros não deixaram barato. Após o episódio, fizeram questão de matar qualquer torturador que encontrassem pela frente.
Apesar do recesso involuntário imposto pela ditadura instaurada em 1975, com as prisões de seus líderes, o MLN ressurgiu em 1985, com o fim do regime militar. Atualmente, os Tupamaros fazem parte da coligação de centro-esquerda Frente Ampla, que em 2004 elegeu o atual presidente Tabaré Vázquez.
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