Após sua vitória nas eleições de 28 de maio, o presidente Recep Tayyip Erdogan será oficialmente reempossado como chefe da Turquia neste sábado (03/06). Mas, antes disso, os novos membros do parlamento, eleitos nas eleições legislativas realizadas em 14 de maio, assumem nesta sexta-feira (02/06). O novo hemiciclo de congressistas está mais dominado do que nunca pela direita ultranacionalista, religiosa e conservadora.
Desde a transição para um sistema hiperpresidencialista em 2018, imposta pela mão de ferro de Erdogan, o Parlamento turco não é mais dominado por um partido com maioria absoluta, mas por uma aliança de partidos.
No novo hemiciclo, a Aliança do Povo, que apoia Erdogan, tem 323 dos 600 assentos, o que permitirá que o mandatário continue a aprovar as leis que deseja.
Em oposição a ele estão duas alianças sem meios reais de ação legislativa, mas que continuarão a usar o fórum parlamentar para fazer com que as vozes da oposição sejam ouvidas na Turquia.
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Novo hemiciclo de congressistas está mais dominado do que nunca pela direita ultranacionalista, religiosa e conservadora
Dos 16 partidos assim representados, cerca de dez estão à direita do espectro político, seja no campo do governo ou no campo da oposição. Esses são grupos muçulmanos ultranacionalistas ou conservadores.
Nas últimas eleições, dois pequenos partidos abertamente islâmicos entraram na aliança presidencial e, portanto, nas bancadas da assembleia: o Novo Partido do Bem-Estar Social (YRP) e o Hüda-Par, que, juntos, conquistaram nove cadeiras.
Embora apoiado por uma maioria absoluta, Recep Tayyip Erdogan não tem uma maioria suficiente para revisar a Constituição, assim como não teve no Parlamento anterior.