O novo casco para isolar Chernobyl, usina nuclear ucraniana cuja explosão de um dos reatores completa 30 anos na terça-feira (26/04), será o maior objeto móvel já construído em terra, afirmou em entrevista à CNN nesta segunda-feira (25/04) o diretor de segurança nuclear do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD, sigla em inglês), Victor Novak. A obra deve ficar pronta no fim de 2017.
A estrutura, que terá formato de arca, medirá 109 metros de altura, com uma largura de 257 metros e 162 metros de comprimento. Ela pesará cerca de 35 mil toneladas e substituirá o atual sarcófago colocado sobre o reator 4 de Chernobyl, onde ocorreu a explosão, e cuja vida útil está chegando ao fim, provocando vazamento de radiação nuclear.
Divulgação/EBRD
Modelo do novo casco para o reator de Chernobyl
“É mais do que só um casco. É também um local de trabalho. [A barreira] deve ser capaz de fornecer um ambiente em que as pessoas possam desenvolver as atividades de manutenção do lixo [radioativo] por um período de 100 anos, aproximadamente”, explicou Novak.
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Ben Adlard/FlickrCC
Atual casco que envolve reator de Chernobyl está vazando radioatividade
Segundo o EBDR, em novembro deste ano será realizada a etapa de encaixar a arca por cima do antigo sarcófago. O processo será feito por meio de trilhos e demandará 33 horas de trabalho ininterrupto. Uma vez encaixado, o casco passará pela etapa de vedação, que deve ser concluída em 2017.
A barreira protetora, também chamada de sarcófago, está em construção desde 2007. Entretanto, o projeto para construí-la teve início em 1997, quando o EBRD criou o Fundo para Chernobyl. Mais de 40 países e organizações contribuíram com a iniciativa, que arrecadou US$ 1,7 bilhão (mais de R$ 6 bilhões). Além disso, 27 nações forneceram um total de 1.200 trabalhadores para a construção.
No dia 26 de abril de 1986 explodiu o reator de número quatro da usina nuclear de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia, liberando uma nuvem radioativa que afetou cerca de 8,4 milhões de pessoas na Ucrânia, Rússia e Bielorrússia. Mais de 30 pessoas morreram na ocasião e centenas de outras morreram em decorrência dos sintomas de envenenamento por radiação.