Domingo, 6 de julho de 2025
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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, da coalização La Libertad Avanza (LLA) assume o cargo neste domingo (10/12), após ser eleito no segundo turno eleitoral de 19 de novembro com 55,7% dos votos.

O ultraliberal de 53 anos será o 10º presidente da Argentina desde o retorno da democracia em 1983. A posse do político conhecido por negar consequências e número de vítimas da ditadura argentina acontece no aniversário de 40 anos da redemocratização do país. 

A cerimônia ocorre no Palácio do Congresso, sede da Câmara dos deputados, onde Milei e sua vice-presidente Victoria Villarruel fazem o juramento constitucional. 

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Após a posse, Milei e Villarruel serão direcionados à Casa Rosada, sede da Presidência argentina, para cumprimentar delegações estrangeiras. 

O governo brasileiro envia o chanceler, Mauro Vieira, como representante. Como antecipado pelas fontes do Planalto, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não vai comparecer à posse de Milei, mesmo após a visita-relâmpago da futura ministra das relações exteriores da Argentina, Diana Mondino, convidando Lula para o evento. 

Durante a campanha eleitoral do novo presidente, Lula foi alvo de duras críticas e declarações, sendo chamado de “corrupto” e acusado de interferir nas eleições argentinas para beneficiar seu então candidato rival, Sergio Massa.  

Milei ainda ameaçou cortar integralmente as relações diplomáticas com o Brasil.

Político de extrema direita conhecido por questionar consequências da ditadura torna-se presidente da Argentina no aniversário de 40 anos da redemocratização do país, neste domingo (10/12)

Honorable Cámara de Diputados de la Nación/YouTube

Javier Milei recebendo faixa presidencial de ex-presidente Alberto Fernández, ao lado de ex-vice Cristina Kirchner

Na diplomacia sul-americana, os presidentes brasileiros e argentinos tradicionalmente atendem às posses uns dos outros. No entanto, no passado houve exceções. É o caso de Jair Bolsonaro, que ficou ausente em 2019 na posse de Alberto Fernández. Na época, o ex-presidente enviou seu vice, Hamilton Mourão, para representá-lo. Por outro lado, a ex-presidente Dilma Rousseff deixou as divergências ideológicas de lado e participou da cerimônia de eleição de Mauricio Macri (2015-2019).

Além do chanceler brasileiro, pela América Latina, também estão presentes líderes como Gabriel Boric, do Chile, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai.

Pela Europa, Itália, França e Reino Unido enviaram ministros de seus respectivos governos. A Espanha prestigia Milei com a presença do rei Felipe VI. 

Os únicos países europeus que enviam seus chefes de Governo são Hungria, com o primeiro-ministro Viktor Orban e a Ucrânia, com o presidente Volodymyr Zelensky. 

Bolsonaro

Um ponto fora da curva nas delegações estrangeiras é a presença do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (2018-2022), que foi convidado para a posse pelo próprio futuro mandatário da Argentina. 

O agora inelegível político brasileiro reuniu-se nesta sexta-feira (08/12) com Milei em Buenos Aires, em que declarou ser “inimigo da esquerda”.

No final do encontro, o ex-presidente brasileiro considerou que “foi uma conversa entre amigos” na qual também esteve presente a futura ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, entre outros representantes que tomam posse neste domingo (10/12).

Bolsonaro também reuniu-se com o húngaro Órban neste sábado (09/12). “A direita está crescendo não apenas na Europa, mas em todo o mundo”, escreveu Orbán, no Twitter, ao final do encontro.

(*) Com Ansa