O Banco Central da Venezuela (BCV) anunciou nesta quinta-feira (05/08) que, a partir de outubro, será implementado o bolívar digital no país, assim como a retirada de seis zeros da moeda nacional.
De acordo com o BCV, a mudança visa aprofundar o desenvolvimento da economia nacional, não afetando o valor da moeda venezuelana. Com a eliminação dos seis zeros, “todos os valores monetários e tudo expresso em moeda nacional serão divididos por um milhão”.
Neste contexto, a entidade anunciou a emissão de cinco novas notas de 5, 10, 20, 50 e 100 bolívares e uma moeda de um que entrarão em vigor na mesma data.
“[A mudança] constitui um marco histórico necessário no momento em que o país inicia a trajetória de recuperação econômica”, disse o banco, afirmando que a crise financeira na Venezuela é consequência do “brutal ataque” e do “bloqueio econômico e financeiro” ao país e sua moeda.
Segundo a entidade, a introdução do bolívar digital não irá afetar o valor da moeda já em uso no país, e está sendo implementado para facilitar o uso “em uma escala monetária mais simples”.
“O Banco Central da Venezuela continuará atendendo à emissão do bolívar em sua expressão física. O bolívar físico e o digital coexistirão em um processo que visa resgatar sua força e seu referencial como expressão de nossa economia”, afirmou a organização.
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Banco Central anunciou a emissão de cinco novas notas que entrarão em vigor também em outubro
Em comunicado, o banco ressaltou que a Venezuela está em um “processo progressivo” de modernização dos sistemas de pagamento, promovendo a “independência dos sistemas estrangeiros para as operações bancárias nacionais, na consolidação do uso efetivo do bolívar”.
“A modernização dos sistemas de pagamento visa atualizar o uso do bolívar digital de forma imediata, facilitando que as transferências entre clientes de diferentes bancos sejam recebidas em poucos segundos com os mais elevados padrões internacionais de qualidade”, diz o documento.
Nos últimos anos, a Venezuela tem passado por um fenômeno de hiperinflação, com algumas das taxas mais altas deste século.
No entanto, o BCV afirmou que, junto com o governo nacional, “continuará protegendo a soberania monetária” venezuelana, afim de promover a recuperação da economia e “tornar a independência de nosso país inexpugnável contra os fatores estrangeiros que atacam a Venezuela”.