O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nesta quinta-feira (06/04) um decreto que encaminha o retorno do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul). A medida é uma iniciativa para fortalecer o bloco e a integração regional.
Publicado em edição extra do Diário Oficial da União, a ratificação aponta que o decreto deve entrar em vigor em 6 de maio deste ano, tendo como expectativa a retomada da composição original do bloco: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Além, agora, do Brasil.
A Unasul foi formada por essas 12 nações com o foco de realizar a coordenação social, política e econômica da América do Sul. Atualmente, os Estados-membros ativos da Unasul são Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela.
Lula já havia indicado que a retomada do bloco era uma de suas propostas ao assumir a Presidência brasileira pela terceira vez. No seu discurso de posse, o petista ressaltou que o protagonismo do Brasil iria se concretizar “pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, da revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação soberana da região”.
Após o impeachment de Dilma Rousseff, os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro reduziram ou mesmo procuraram acabar com a relevância da Unasul.
Em 2019, a gestão do ex-presidente Bolsonaro formalizou a saída do Brasil do bloco para integrar o Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul). O Prosul foi uma idealização do ex-presidente chileno Sebastian Piñera, que defendia o fórum não como um tratado e não ser um organismo, como é a Unasul.
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Unasul foi formada por essas 12 nações em 2008
Mas, na realidade, o Prosul foi uma tentativa dos países sul-americanos, que estavam governados pela direita, de construir uma “matriz ideológica” direitista para substituir a Unasul, que foi formada por gestões progressistas em 2008.
Segundo a imprensa brasileira, governo Lula prepara cúpula do bloco com os líderes sul-americanos para final de maio, em Brasília.
Argentina anuncia volta à Unasul
A Argentina também anunciou nesta semana, por “decisão soberana”, a volta do país como Estado-membro da Unasul. Segundo o chanceler argentino, Santiago Cafiero, o retorno à organização, que saiu durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), por conta de seu alinhamento à direita e aos Estados Unidos, foi uma decisão do mandatário Alberto Fernández.
Cafiero também anunciou que, após a decisão do presidente, todos os chanceleres dos Estados-membros ativos da Unasul foram comunicados.
O chanceler argentino também falou sobre a importância dos blocos de integração na América Latina e no Caribe para “garantir que a região continue a ser a zona de paz mais densamente povoada do mundo, exatamente no momento em que o mundo está mostrando sérios sinais de fragmentação e instabilidade”.