A União Europeia aprovou nesta segunda-feira (18/05) uma missão militar no mar Mediterrâneo para tentar destruir embarcações ilegais utilizadas por traficantes de seres humanos. A ação vem em resposta ao crescente de número de refugiados, vindos principalmente da Líbia, que atravessam a região correndo risco de morte.
“A decisão de criar uma operação naval na UE para afetar o negócio dos traficantes no Mediterrâneo acaba de ser adotada”, afirmou no Twitter Federica Mogherini, alta representante da EU para Política Externa e Segurança. Ela diz esperar que a ação comece até 22 de junho.
Decision just taken to establish the EU naval operation to disrupt the business model of smugglers and traffickers networks in Mediterranean
— Federica Mogherini (@FedericaMog) 18. Mai 2015
Segundo Mogherini, a operação será centralizada em Roma e o comando será de responsabilidade do almirante Enrico Credendino. Devem ser utilizados barcos e aviões para resgate e ataques a embarcações utilizadas por traficantes.
O bloco, no entanto, ainda busca um aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o início das atividades. A previsão é de que isso possa vir a acontecer até o final desta semana.
Agência Efe
Forças de segurança líbias detiveram supostos imigrantes que tentariam atravessar o Mediterrâneo neste domingo (17/05)
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A missão naval também prevê a “devolução” dos imigrantes aos portos de origem, segundo o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Harlem Désir. No entanto, de acordo com Mogherini, as pessoas resgatadas no Mediterrâneo não serão retornadas antes que seja comprovado que têm direito a receber asilo.
Agenda para a Imigração
A operação está no âmbito da chamada “Agenda para a Imigração”, aprovada na semana passada pelo bloco, como resposta ao fluxo imigratório e aos acidentes que já vitimaram mais de 1.500 pessoas desde o mês passado.
Entre os principais pontos, está a criação de “cotas de distribuição de imigrantes”: os 28 países-membros serão obrigados a aceitar um determinado número de refugiados, por meio de um cálculo determinado por Bruxelas. O plano, que ainda sofre resistências de Londres e Berlim, é apoiado por Roma, Estocolmo e Berlim.
A ideia é que, até o final do ano, esteja definido um sistema com regras para a “distribuição” dos refugiados: a partir de uma determinada quantidade, um gatilho será automaticamente acionado e os imigrantes serão levados a outros países do bloco.