“Uma vitória democrática”. Foi dessa forma que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, classificou a aprovação, no referendo de ontem (15), da emenda constitucional que permite que pessoas eleitas para cargos públicos na Venezuela, entre elas o presidente Hugo Chávez, candidatem-se à reeleição quantas vezes quiserem. O colombiano, em visita ao Brasil, não negou a possibilidade de concorrer ao terceiro mandato.
“Primeiro, felicitações para o presidente Chávez, pois obteve uma vitória democrática. Segundo, para o povo venezuelano, por exercer a democracia”, afirmou em entrevista coletiva, em São Paulo. O presidente disse ver o referendo “de forma positiva e com um sentimento de irmandade para o povo da Venezuela”.
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Questionado se tentará um terceiro mandato, o que exigiria uma mudança na legislação, Uribe respondeu que não quer se perpetuar no poder, mas também não quer ser “irresponsável” com o futuro político do país. “Quero infundir às novas gerações o amor pela Colômbia. Não quero que pensem que, em vez de amor pelo país, sou movido pela ambição de poder”.
O presidente defendeu que seus ideais e sua política de “segurança democrática” devem ter continuidade. Ele argumentou dizendo que sua geração não viveu um dia sequer de paz nem um período sustentado de prosperidade por culpa da violência que prejudicou os esforços do país para sair da pobreza.
Questionado sobre quem poderia ser seu sucessor a partir de 2010, caso não tente a segunda reeleição, Uribe evitou citar possíveis candidatos. “Para mim, o fundamental é a responsabilidade política com o futuro do país, não os nomes”.
Em entrevista concedida hoje à rádio colombiana Caracol, o ministro do Interior e da Justiça, Fabio Valencia Cossio, afirmou que Uribe não pensa em se reeleger.
“O governo não pensou em apresentar um projeto de reforma constitucional para a reeleição, mas trabalhará para seja permitida a reeleição imediata de prefeitos e governadores”, afirmou. “No mundo inteiro, percebe-se que esses tipos de governos devem contar com um tempo prudente, inclusive, em algumas cidades, até mais do que 20 anos. E o povo pode mantê-los no poder para dar continuidade à administração”.
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