Pela terceira vez neste ano, manifestantes voltaram às ruas para protestar contra Jair Bolsonaro neste sábado (03/07) em mais de 314 cidades do país. Os atos reivindicam, além do impedimento do presidente, vacina no braço e comida no prato, em referência à má gestão da pandemia no Brasil.
O ato deste sábado havia sido convocado inicialmente para o dia 23 de julho, mas com o suposto caso de prevaricação de Bolsonaro na compra de vacinas Covaxin, que veio à público durante sessão da CPI da Pandemia no Senado, as mobilizações foram adiantadas.
Veja como foram as manifestações em diversos pontos do país, com apuração do Brasil de Fato (que acompanha minuto a minuto os protestos) e da Rede Brasil Atual:
São Paulo
Em São Paulo, o protesto começou às 15h, com concentração na avenida Paulista, e interdição da via às 15h30. Neste horário, os manifestantes já ocupavam faixas desde a altura da rua Augusta até a alameda Campinas.
Pelo menos 600 policiais estão no patrulhamento das ruas na região da Avenida Paulista, com mais de 80 viaturas e cinco drones.
Uma faixa verde e amarelo com os dizeres “Fora Bolsonaro, essa bandeira é nossa” está sendo empunhada na capital paulista. Além disso, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o presidente do Congresso, Arthur Lira (PP), estão representados por bonecos de papelão. Outras 23 cidades do interior paulista também organizaram atos.
Em Brasília, a concentração ocorreu no Museu Nacional, a partir das 16h, com deslocamento para a Esplanada dos Ministérios por volta das 17h.
A princípio o protesto seria realizado na praça dos Três Poderes. Mas, de acordo com informe do PSOL, nas redes sociais, a Secretaria de Segurança Pública não liberou o espaço. Um boneco inflável do presidente foi inflado pelos manifestantes.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, o protesto foi organizado no Monumento a Zumbi, na avenida Presidente Vargas, centro, com início às 10h. Os manifestantes caminharam pela avenida e ocuparam três faixas da pista, seguindo em direção à igreja da Candelária.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB), líder da minoria na Câmara, foi à manifestação. “A gente tá na rua em solidariedade às famílias destruídas pela covid e pelo banditismo bolsonarista. Temos que deter o extermínio”, escreveu nas redes sociais. Atos foram registrados em cidades do interior como Campos dos Goytacazes, Cachoeiras de Macacu, Barra Mansa, Macaé, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paty dos Alferes, Petrópolis, Saquarema, São Fidélis, Teresópolis, Três Rios e Valença.
Em Minas Gerais, na cidade de Ipatinga, os manifestantes se concentraram na praça 1º de Maio. “Estamos aqui para cobrar comida no prato, emprego e vacinação em massa para o povo brasileiro”, disse Thiago Alves, do Movimento de Atingidos por Barragem (MAB) e Fórum pela Vida do Vale do Aço, ao Brasil de Fato.
Já em Belo Horizonte, a concentração começou às 14h, na praça da Liberdade, na região centro-sul da capital.
Em Ouro Preto, os manifestantes saíram às ruas, na manhã deste sábado (03/07), carregando cruzes em protesto pelas 112 mortes por Covid-19 na cidade histórica. Eles também exibiram faixas contra o presidente Bolsonaro.
Em Florianópolis, o ponto de encontro foi na praça Tancredo Neves, na região central. Por volta das 10h30 eles saíram em caminhada pelas principais ruas da região central da capital, em direção à ponte Hercílio Luz. O encerramento foi às 12h30.
Ainda em Santa Catarina, Joinville teve ato pela manhã com encontro na praça da Bandeira. Em Chapecó, o encontro foi na catedral Santo Antônio. Blumenau registrou protesto no teatro Carlos Gomes, que se deslocou até a prefeitura. Em Criciúma, o encontro foi na praça Santa Luzia. Tubarão, Jaraguá do Sul, Araranguá, São Francisco do Sul, Canoinhas e Laguna foram algumas das cidades no interior do estado que também marcaram presença no 3J.
Nordeste e Norte do país
No Recife, os manifestantes se concentraram na praça do Derby, na área central da cidade, e seguiram em passeata pela avenida Conde da Boa Vista. Além de denunciar a má gestão da pandemia do governo Bolsonaro, houve um protesto contra o suposto esquema de corrupção envolvendo a compra de vacinas no Ministério da Saúde.
Os manifestantes fizeram uma intervenção usando cédulas de dólar, em alusão ao depoimento do cabo da PM Luiz Paulo Domingueti, à CPI da Covid no Senado dizendo ter recebido um pedido de propina de um funcionário do ministério de um 1 dólar por cada dose de vacina comprada.
O senador Humberto Costa, do PT, membro titular da CPI da Covid, participou das manifestações e comentou a simbologia delas nesta fase da pandemia. “Este ato é muito importante pela dimensão que ele tem, de ser nacional; pela temática, que é a defesa da democracia no Brasil; e, acima de tudo, de denúncia de todos os erros, equívocos que têm sido cometidos pelo governo Bolsonaro”, disse, ao Brasil de Fato.
No Ceará, na cidade de Juazeiro do Norte, os manifestantes saíram às ruas logo cedo para protestar contra o presidente. Além disso, foi incorporada à pauta a luta dos indígenas contra o PL490/2020, que ataca os direitos territoriais dos povos originários.
Na capital de Alagoas, os manifestantes não se intimidaram com a forte chuva: milhares de pessoas ocuparam as ruas da cidade para pedir o impeachment do presidente e a vacinação em massa contra a covid-19.
Na capital, o ato iniciou na praça Centenário, por volta das 10h, com distribuição de máscaras PFF2 e álcool em gel, pelos agentes populares de saúde. Minutos depois, eles saíram em caminhada, em direção à praça Deodoro, no centro de Maceió, e foram guiados por grupos de músicos. Em Penedo e Palmeira dos Índios, os atos foram cancelados devido ao tempo chuvoso. Além de Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia também registraram manifestações.
Em Teresina, manifestantes também fizeram um grande ato contra o governo Bolsonaro pela manhã. Mobilizados por movimentos sociais, representantes de partidos políticos, centrais sindicais, estudantes, se concentraram por volta de 9h na praça Rio Branco, no centro da cidade.
Eles saíram em caminhada pelas ruas da cidade, com cartazes e carros de som, passando pela avenida Antonino Freire, com uma parada diante do palácio de Karnak, sede do governo estadual. Às 11h, os manifestantes chegaram à principal via da capital, a avenida Frei Serafim, finalizando o ato na praça da Liberdade.
Não foi só a capital que se mobilizou. Em Picos, no sul do Piauí, manifestantes também fizeram ato contra o governo Bolsonaro e por mais vacina.
Na capital de Rondônia, Porto Velho, foram dois atos organizados: a carreata, que saiu da praça Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e uma passeata, que se concentrou na Universidade Federal de Rondônia (Unir). Os manifestantes também usavam máscara e evitavam aglomeração, por orientações da organização.
Em São Luís, no Maranhão, manifestantes também promoveram um grande ato na manhã deste sábado (03/07), contra o presidente Bolsonaro. Os atos tiveram início por volta das 9h, na praça Deodoro, no Centro Histórico da capital. Os maranhenses seguiram em passeada pela rua Rio Branco, também no centro, usando máscara e buscando respeitar o distanciamento social.
Em Imperatriz, a segunda maior cidade do estado, também houve manifestações contra o presidente da República. Promovido por movimentos sociais e sindicais, os manifestantes foram à praça de Fátima, no centro da cidade, para pedir o impeachment de Bolsonaro.
Outra grande manifestação foi registrada em João Pessoa, na Paraíba. A concentração começou por volta das 9h, na frente do colégio Lyceu Paraibano e, às 10h30, o protesto seguiu pelo parque Solón de Lucena até o Ponto de Cem Réis.
Em Campina Grande, no interior da Paraíba, uma passeata saiu da praça da Bandeira por volta das 10h, e uma carreata saiu do parque do Povo nesse mesmo horário. Todos se encontraram no monumento aos Pioneiros, no açude do Velho, por volta das 12h.
Na capital do Pará, Belém, milhares manifestantes iniciaram a concentração às 8h na praça da República. Em seguida partiram em caminhada pela avenida Assis de Vasconcelos até a avenida Boulevard Castilho França, onde passaram pelo Mercado de Ver-o-Peso, terminando a passeata na praça do Relógio.
Em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, outra grande manifestação foi organizada pelo impeachment de Bolsonaro. Os manifestantes se concentram no central da cidade e paralisaram vias importantes.
Em Palmas o ato começou por volta das 16h, no parque dos Povos Indígenas.