A Venezuela colocou em prática, desde a última quarta-feira (07/07), a Operação Grande Cacique Índio Guaicaipuro para combater as maiores facções criminosas de Caracas, capital do país. As forças de segurança do Estado estão em confronto com os grupos armados.
Os grupos de “El Koki”, “El Vampi”, “Loco Leo” e “El Garvis” controlavam os maiores bairros do sudoeste da capital: El Valle, Cota 905, La Vega e Cementerio. Além de operar o narcotráfico na zona, o grupo também realizava extorsões e sequestros para seu financiamento.
Até o momento, 33 pessoas foram detidas, entre elas três paramilitares colombianos, 10 foram mortas, incluindo quatro policiais. Também foram encontrados 20kg de pasta para produzir cocaína, milhares de munições e armamento de guerra, muitos de fabricaçãonorte-americana ou de procedência do exército colombiano, de acordo com autoridades.
Em depoimento, detidos assumiram que foram treinados por paramilitares colombianos na Cota 905 e que o plano inicial era promover ataques em toda a cidade no dia 5 de julho, durante a celebração dos 210 anos da independência da Venezuela.
Prensa Presidencial
Munição de guerra e armas oficiais do exército colombiano foram encontradas nas estruturas dos grupos criminosos
Somente um dos quatro líderes do grupo narcotraficante foi detido. O governo oferece recompensa de até US$ 500 mil para quem ofereça informação que ajude a localizar os criminosos.
A região onde o grupo atuava é um conjunto de montanhas entre as periferias mais populosas da capital. As facções haviam invadido a base de missões “Luta e Esperança Hugo Chávez” (sede de programas sociais) e convertido em seu quartel general. Além disso, haviam montado uma estrutura batizada como “Olho de Deus” com guaritas e trincheiras por mais de 8 km cortando toda a zona montanhosa das favelas Cota 905 e La Vega.
O presidente Nicolás Maduro denuncia que há mais evidências da relação entre os narcotraficantes, o governo colombiano e a oposição venezuelana de extrema-direita, que em breve serão divulgadas.
“São núcleos incuráveis de violência, ódio e terrorismo. Leopoldo López está envolvido de maneira direta na condução destes grupos criminosos”, denunciou o chefe de Estado em uma transmissão televisiva em cadeia nacional.