O projeto dos EUA foi apresentado neste sábado (09/02). O texto visa facilitar a entrada de ajuda humanitária internacional e a realização de novas eleições. Os russos defendem o diálogo nacional e criticam a interferência em questões internas na Venezuela.
O projeto de resolução americano apoia o Conselho da Assembleia Nacional Venezuelana, considerada como “a única instituição democraticamente eleita no país”. Também exprime “a profunda preocupação diante da violência e do recurso excessivo à força pela polícia venezuelana contra manifestantes pacíficos e desarmados” e pede a instauração de um processo político que conduza a uma eleição presidencial livre, justa e crível.
O projeto de Washington ainda sugere que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, utilize as prerrogativas do órgão para concretizar o processo eleitoral e facilitar o acesso da ajuda humanitária no país. Os americanos enviaram produtos para a cidade colombiana de Cucuta, na fronteira, mas o presidente Nicolás Maduro bloqueou a entrada dos pacotes no território venezuelano.
Rússia propõe texto alternativo
Ainda não há previsão para o voto da resolução, mas muitos diplomatas acreditam que a Rússia utilizará seu poder de veto para bloquear o texto. O país apoia o presidente Nicolás Maduro, que acusa os Estados Unidos de tentar dar um golpe de Estado na Venezuela.
Na última sexta-feira (08/02), Moscou propôs aos outros integrantes do Conselho de Segurança um texto alternativo, que mostra “preocupação às ameaças de recorrer à força contra a contra a integridade territorial e independência política da Venezuela”, e que critica também “a tentação de intervir nas questões internas do país”.
O projeto russo defende uma “regularização pacífica do conflito” e apoia todas as iniciativas baseadas no diálogo nacional. O texto tem poucas chances de ser aprovado, dizem diplomatas da ONU.
Na quinta-feira, o grupo de contato internacional, que reúne 13 países e organizações internacionais, reiterou o apelo para que sejam organizadas presidenciais livres, transparentes e críveis, excluindo o uso da força.
O opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 40 países, disse na última sexta-feira que está pronto para autorizar uma intervenção militar dos Estados Unidos para expulsar Maduro.
Flickr / Chancelaria venezuelana
Projeto dos EUA visa facilitar a entrada de ajuda humanitária e novas eleições; Russos defendem o diálogo nacional e criticam a interferênc