Uma delegação da Venezuela chegou à Cidade do México, capital do México, nesta sexta-feira (03/09) para dar continuidade a uma série de negociações com a oposição venezuelana, cujo objetivo do governo é exigir a retirada das sanções econômicas.
Trata-se da segunda parte do processo que começou em agosto, quando os envolvidos assinaram um memorando de entendimento para tentar pôr fim à crise econômica pela qual passa o país. O diálogo segue até segunda-feira (06/09) e é mediado pelo governo norueguês.
O memorando assinado em agosto entre governo e oposição estabeleceu a necessidade de suspender as medidas coercitivas unilaterais, a promoção do respeito aos direitos humanos e a rejeição de qualquer forma de violência política contra o Estado e suas instituições.
“Chegamos às generosas terras mexicanas para o início formal do diálogo com a oposição”, declarou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da delegação Jorge Rodríguez, afirmando se tratar de “acordos urgentes” que será proposto para “resgatar as garantias econômicas das mulheres e homens venezuelanos”.
A principal reivindicação da delegação bolivariana é o fim das sanções unilaterais impostas contra Caracas. Nesta quinta-feira (02/03), o presidente do país, Nicolás Maduro, se reuniu com integrantes da comitiva do governo, quando o grupo concordou, segundo a emissora TeleSur, que o objetivo da negociação é avançar na recuperação econômica da Venezuela.
Jorge Rodriguez/Twitter
Delegação liderada por Jorge Rodriguez chegou nesta sexta no México; conversas acontecem até segunda (06/09)
Além das sanções, a delegação do governo Maduro também cita a devolução de 30 toneladas de ouro que o Reino Unido mantém guardado no Banco da Inglaterra, assim como os ativos venezuelanos bloqueados durante o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump e o levantamento de todas as sanções contra a empresa estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA).
Pelo Twitter, o mandatário venezuelano declarou, nesta sexta, que o país decidiu “trilhar o caminho da reconciliação para dar as respostas que o povo exige”, declarando: “Paz para garantir o desenvolvimento!”
A oposição, coordenada por Gerardo Blyde Pérez, tem como temas de negociação a segurança e a transparência nas eleições regionais que acontecem em 21 de novembro e elegem novos governadores e prefeitos no país.
Após três anos de boicote ao sistema eleitoral, a Plataforma Unitária, composta por quatro partidos da oposição da Venezuela ligados à Mesa de Unidade Democrática (MUD), anunciou na terça-feira (31/08) que irá participar das eleições regionais e municipais deste ano.
Conhecido também como o G4, a Plataforma inclui, os partidos Ação Democrática, Vontade Popular, do ex-deputado opositor Juan Guaidó, o Primeiro Justiça e a legenda Um Novo Tempo.
Maduro parabenizou o anúncio da oposição, declarando que os eleitores “exerçam seu direito”. “Construímos um diálogo nacional inclusivo em prol da estabilidade e da paz. Somos respeitosos do povo, de todas as instituições da vida nacional. Trouxemos toda a oposição venezuelana ao campo eleitoral”, disse.
(*) Com Ansa e Telesur.