Venezuela pede que Brasil entregue desertores presos em RR acusados de tentar tomar batalhão
Segundo Caracas, detidos são responsáveis pelo assalto armado ao batalhão de infantaria Mariano Montilla, ocorrido no dia 22 de dezembro; na ação, foram subtraídos 120 fuzis e 9 lança-foguetes
O governo da Venezuela disse neste sábado (28/12) que iniciou os trâmites diplomáticos para que o Brasil entregue os cinco militares capturados nesta sexta (27/12) em Roraima, os quais Caracas afirma serem desertores e os responsáveis pelo assalto a um batalhão militar no país no último final de semana.
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores do país vizinho disse que tomou conhecimento da operação das forças de segurança públicas brasileiras sobre “a captura dos cinco sujeitos desertores do Exército venezuelano”.
Segundo o ministério, os detidos são os responsáveis materiais pelo assalto armado ao batalhão de infantaria de selva 513 Mariano Montilla, ocorrido no dia 22 de dezembro. Nesta ação, foram subtraídos 120 fuzis e 9 lança-foguetes, em uma operação violenta em que morreu o cabo Jean Pierre Caraballo Marcano.
A chancelaria reconhece e saúda “a oportuna ação das Forças de Segurança do Brasil”, e disse que “jamais daria amparo a assaltos a unidades militares do Brasil.”
AVN
Chanceler Jorge Arreaza: Venezuela pede que Brasil entregue militares desertores presos em Roraima
“Cabe destacar que a República Bolivariana da Venezuela, em estrito apego ao direito internacional e à boa vizinhança, jamais daria amparo a assaltos a unidades militares do Brasil e atos de desestabilização de suas instituições democráticas com o objetivo de perturbar a tranquilidade pública desse país. Neste sentido, a Venezuela aspira contar com a maior colaboração por parte das autoridades da República Federativa do Brasil, como resultado da cooperação que deve imperar entre os Estados na luta contra o terrorismo e as ameaças à paz social”, diz o texto.
Na sexta, o governo brasileiro havia informado que tinha prendido cinco militares venezuelanos desarmados em uma comunidade indígena em Roraima. Eles foram levados a Boa Vista para esclarecer os motivos de suas presenças no país.
Nesta semana, o presidente Nicolás Maduro havia exortado o Brasil “para que deixasse de apoiar ataques terroristas contra a Venezuela” e exigiu de suas autoridades a reintegração do restante das armas que foram retiradas do batalhão.
