Domingo, 15 de junho de 2025
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Um vídeo registrado pelas câmeras oficiais do G7, reunião do grupo dos sete países mais ricos do mundo em Biarritz, França, mostra a chanceler alemã Angela Merkel discutindo com o presidente francês Emmanuel Macron o que fazer em relação ao brasileiro Jair Bolsonaro, que esteve sob pressão na última semana por causa das queimadas na Amazônia.

As imagens foram divulgadas neste sábado (24/08) pela agência Bloomberg.

“Anunciei que iria ligar para ele na semana que vem para que ele tenha a impressão de que não estamos trabalhando contra ele”, diz Merkel à mesa com outros líderes mundiais. O premiê britânico Boris Johnson respondeu, então: “É, acho que isso é importante”.

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Macron, então, questiona Merkel: “quem?” A chanceler responde: “Bolsonaro”. O presidente francês concorda. “Sim, sim, sim. Vou te dizer”, dando a impressão de que iria discutir o assunto em sequência. Depois de um momento inaudível, Macron complementa: “Nós o chamaremos… e nossos chefes de gabinete…”.

Neste momento, a imagem é cortada após uma pessoa colocar a mão na frente da câmera e a transmissão é encerrada.

Pelo Twitter, neste domingo (25/08), Bolsonaro respondeu ao vídeo. “Desde o princípio busquei o diálogo junto aos líderes do G-7, bem como da Espanha e Chile, que participam como convidados. O Brasil é um país que recupera sua credibilidade e faz comércio com praticamente o mundo todo. Somos uma das maiores democracias do mundo, comprometidos com a proteção ambiental e respeitamos a soberania de cada país. Meu muito obrigado a dezenas de chefes de estado que me ouviram e nos ajudaram a superar uma crise que só interessava aos que querem enfraquecer o Brasil!”, disse.

“Anunciei que iria ligar para ele na semana que vem para que ele tenha a impressão de que não estamos trabalhando contra ele”, diz Merkel

Reprodução/G7

Líderes do G7 se reúnem neste final de semana em Biarritz, França

Bolsonaro e Macron

No sábado, Bolsonaro disse que estuda convocar para consultas o embaixador brasileiro na França, Luís Fernando Serra, após as críticas de Macron sobre a condução de Brasília na crise ambiental na Amazônia.

Questionado por repórteres se o faria, o presidente afirmou que falou com o chanceler Ernesto Araújo sobre a viabilidade de fazê-lo. “Conversei com o Ernesto, estamos avaliando”, disse.

A convocação de um embaixador para consultas não significa um rompimento de relações, mas é um gesto de alta voltagem diplomática que é normalmente utilizado para exprimir incômodo ou desconforto com um país estrangeiro. Caso ocorra, o posto brasileiro em Paris ficaria, temporariamente, sem representante oficial.

Bolsonaro também disse que está sendo “educado” com Macron, mas que não iria ligar para o francês. “Depois do que ele falou a meu respeito, você acha que vou falar com ele? Eu estou sendo muito educado, porque ele me chamou de mentiroso”, afirmou. 

Na sexta (23/08), o presidente francês disse que o brasileiro havia mentido para ele durante a reunião do G20, em junho deste ano, quando os dois conversaram sobre preservação ambiental.