O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não vai comparecer ao funeral de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, disse o governo russo nesta terça-feira (29/08).
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a família de Prigozhin vai organizar uma cerimônia de despedida, sem especificar maiores detalhes, como se será público, data e o local. “A presença do presidente não está planejada e não temos informações específicas sobre o funeral”, disse Peskov a repórteres após ser perguntando sobre a ida ou não de Putin ao evento.
A morte do líder do Wagner foi confirmada pelas autoridades russas. Prigozhin estava no avião que caiu na cidade de Tver, ao norte de Moscou, capital russa em 23 de agosto. A Agência Federal de Transportes Aéreos da Rússia (Rosaviatsiya) disse que foi iniciada uma investigação para apurar as causas que provocaram este acidente.
Putin já se posicionou sobre o caso e chamou a queda do avião de “tragédia”. Além disso, definiu Prigozhin como “um homem de destino difícil, mas talentoso”.
No domingo (27/08), uma perícia, por meio de testes de DNA, confirmou que os 10 corpos encontrados o local do acidente correspondiam à lista dos passageiros e tripulantes do avião, entre os quais Prigozhin, anunciou a Comissão de Investigação russa, sem mais detalhes.
A Presidência da Rússia negou nesta sexta-feira (25/08) que as especulações de que o presidente Putin tenha mandado matar o chefe do grupo mercenário Wagner é uma “mentira absoluta”. Peskov disse que as especulações ocidentais são “apresentadas com um certo viés’.
Kremlin
Putin já se posicionou sobre o caso e chamou a queda do avião de ‘tragédia’
“Obviamente, existem muitas especulações sobre esse incidente aéreo e a trágica morte dos passageiros, incluindo Yevgeny Prigozhin. Naturalmente, todas essas especulações no Ocidente são apresentadas com um certo viés. Tudo isso é uma mentira absoluta”, acrescentou.
O mercenário liderava o grupo Wagner, milícia armada que atua em nome da Rússia em diversos países do mundo, especialmente na África. A organização também teve participação na guerra na Ucrânia e chegou a ameaçar uma rebelião contra o governo Putin há dois meses, mas acabou recuando horas depois.
Na ocasião, Prigozhin disse que seu objetivo era “protestar” contra a decisão da Rússia de dissolver o Wagner e incorporá-lo às suas Forças Armadas, e não “derrubar o governo do país”. A rebelião foi controlada graças à intervenção do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que concedeu asilo político a Prigozhin na ocasião.