Em mais um despacho revelado pelo site Wikileaks, uma funcionária da multinacional petrolífera Shell afirma a diplomata dos Estados Unidos ter infiltrado funcionários nos principais ministérios do governo nigeriano. A região do Delta do Níger, na Nigéria, conta com 606 campos petrolíferos e fornece 40% do total das importações norte-americanas de petróleo bruto.
Em outra ocasião, a companhia anglo-holandesa proporcionou aos diplomatas dos EUA os nomes de políticos nigerianos suspeitos de apoiarem atividades militantes e questionou aos EUA se os militantes haviam adquirido mísseis antiaéreos.
Já em uma mensagem datada de 20 de outubro de 2009 mostra a uma conversa entre a responsável pela Shell no país Ann Pickard e o embaixador dos EUA na Nigéria, Robin Renee Sanders, sobre a influência da China na região. Quando o diplomata questionou a executiva sobre os interesses chineses na Nigéria Pickard afirmou ter conhecimento de que os responsáveis nigerianos tinham considerado insuficiente a oferta da China.
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“Ela disse que [o governo da Nigéria] tinha esquecido que a Shell tinha assegurado a colaboração de pessoas em todos os ministérios relevantes, e que, por isso, a shell tinha acesso a tudo o que estava a ser feito nesses ministérios” lê-se no relato do embaixador.
Curiosamente, Pickard é definida por Sanders como “desconfiada”, após afirmar ter suspeitas de que as ações diplomáticas norte-americanas tivessem potencial para vazar.
Eritréia
O embaixador norte-americano na Eritréia, Ronald McMullen, descreveu em um documento o presidente desse país, Issaias Afewerki, como um “ditador cruel e desordenado”.
“Os jovens eritreus fogem em manada do país, a economia parece afundar-se em uma espiral mortal, as prisões da Eritréia transbordam de presos e o desordenado ditador deste país se mostra cruel e desafiador”, escreveu o diplomata.
Conforme McMullen, embora o regime esteja à beira da “implosão”, o forte sentido nacionalista dos eritreus e sua capacidade de resistência frente ao sofrimento e a pobreza permite ao ditador manter-se no poder.
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Uganda
Outros relatos se referem a Uganda. Os diplomatas americanos pedem ao governo do país africano consultar os EUA antes de utilizarem informações fornecidas pelos serviços de inteligência norte-americanos para realizar operações contra os movimentos rebeldes que não respeitem as leis da guerra.
Apesar do apoio norte-americano ao presidente de Uganda, Yoweri Museveni, o embaixador dos EUA em Campala, Jerry Lanier, denuncia suas “tendências autocráticas” e a “profunda corrupção”, que, somadas ao “agravamento das tensões étnicas e um crescimento demográfico explosivo”, põem em perigo o êxito atribuído a esse país.
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