Manifestantes celebram o primeiro aniversário da revolução do dia 25 de janeiro de 2011. Foto Gigi Ibrahim
“O que realmente fez com que eu me candidatasse é que a maioria dos candidatos com maiores chances de vitória tem mais de 70 anos de idade, enquanto a idade oficial de aposentadoria é 60 anos. É inacreditável que uma revolução jovem termine com um velho comandando o país.” Assim a escritora Mona Prince, de 42 anos, justifica sua candidatura à presidência do Egito, nas eleições programadas para os dias 23 e 24 de maio. Ela é apenas a segunda mulher a entrar na corrida presidencial – a apresentadora de TV e ativista pró-democracia Bothaina Kamel foi a primeira. Mas Prince afirma que ser mulher não é um fator a ser explorado em sua campanha. “As mulheres egípcias sempre estiveram presentes na vida política. Elas estavam na Praça Tahrir. Elas não são fracas e nem estão esperando que um salvador venha lhes dar seus direitos. Mas como o resto da sociedade egípcia, elas não estão representadas no Parlamento.”
Prince, professora de inglês na Suez Canal University e autora dos romances “So you may see” (2011) e “Ismi Tawra: me chamo revolução” (2012), acredita que suas chances de vitória são nulas, mas não pretende abandonar a corrida. Ela afirma que o foco de sua campanha é o empoderamento dos jovens que fizeram a revolução na Praça Tahrir. “Eu estou apostando na juventude, naqueles que querem a mudança. E minha crença vem do fato de que conseguimos nos organizar sozinhos na Praça por 18 dias; nós mesmos nos governamos. As pessoas usaram a criatividade e a imaginação para encontrar soluções para os problemas que surgiam. E as várias maneiras que encontramos de nos expressar espontaneamente nos ajudaram a perseverar. Isso provou que cada um de nós merece uma chance.”
Leia mais sobre a candidata e as eleições no Egito, em inglês, no site Almasry Alyoum.
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