Manifestação contra a construção da usina de Belo Monte em 17 de dezembro de 2011, em São Paulo. Foto por alexandrowitch
Os imensos riscos e custos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, no Pará, estão começando a ser sentidos no mercado financeiro. Segundo o site International Rivers, a empresa Munich Re, uma das maiores companhias de resseguro do mundo e uma das seguradoras que cobre os riscos da construção da usina, foi retirada do prestigioso “Global Challenges Index“, que lista empresas que “fizeram e fazem consideráveis contribuições à superação dos desafios globais”, como as mudanças climáticas, desmatamento, biodiversidade, pobreza e governança responsável, entre outros.
A Munich Re é responsável pela cobertura de 25% da garantia dos empréstimos feitos para a construção de Belo Monte, assim como várias outras grandes asseguradoras. Estima-se que o custo do projeto possa chegar a 18 bilhões de dólares, cerca de 36 bilhões de reais – e isso implica “uma apólice de seguro astronômica para o mais caro e arriscado projeto brasileiro de infraestrutura de todos os tempos”, segundo o site.
O Global Challenges Index tomou a decisão de excluir a Munich Re de sua lista, alegando que “ao aceitar cobrir a fase de construção da usina, a resseguradora violou o rígido regulamento ambiental do GCX”. Para o International Rivers, o investimento em mega-obras como a de Belo Monte pode estar retirando recursos de setores que poderiam de fato beneficiar a população, e estaria enfraquecendo a posição do Brasil como um ator importante no cenário internacional da sustentabilidade ambiental e ameaçando o compromisso do governo brasileiro com resoluções internacionais como a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece que os povos indígenas tem o direito de serem informados e consultados sobre projetos que afetam seus direitos e seu território.
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Fonte: International Rivers (texto em inglês)
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