Antecipar emergências: modelos matemáticos simulam os movimentos reais das pessoas
Com tragédias como a da boate Kiss (241 mortos há dois meses, em Santa Maria), da boate República Cromañon (194 mortos em Buenos Aires, em 2004), e tantas outras pelo mundo, o debate sobre medidas de segurança em ambientes fechados adquiriu importância. Somando-se ao trabalho de engenheiros, arquitetos, corpo de bombeiros e autoridades públicas, pesquisadores brasileiros desenvolveram um estudo para contribuir com a pré-análise das rotas de fuga e escoamento de pessoas em estabelecimentos lotados, como boates, auditórios e casas de espetáculos.
Feito por pesquisadores da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o software produzido simula a saída em massa de pessoas de um determinado ambiente fechado e indica as localizações ideais para a instalação de saídas de emergência.
“Desenvolvemos um software baseado em modelos matemáticos que simulam os movimentos reais de pessoas sobre um croqui de um ambiente com as melhores possibilidades de saída e os caminhos mais adequados em uma situação de emergência”, explica o professor Leandro Pereira, da Faculdade de Matemática da UFU, à revista Pesquisa Fapesp.
Outros dois acadêmicos, Luiz Duczmal e Frederico Cruz, também participaram do estudo, que foi publicado no mês de janeiro na revista Safety Science.
“A localização de portas, corredores e obstáculos é decisiva e tudo pode ser verificado e mexido no mapa do ambiente com o novo software”, diz Pereira.
Iniciados em 2007, os estudos não tinham a intenção de ser aproveitado comercialmente. “Estamos analisando a possibilidade de prepará-lo para uso comercial”.
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