O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta segunda-feira (03/02) que o governo deve decretar estado de emergência em saúde pública para “agilizar” o processo de repatriamento de brasileiros que estão na cidade de Wuhan, na China, epicentro do surto de coronavírus.
O ministro afirmou que sem o estado de emergência o Brasil não consegue “ter medidas de agilidade para lidar com uma situação dessa”. “O estado de emergência vai servir inclusive para viabilizar essa operação de repatriamento que vai ter custos não previstos”, afirmou.
Mandetta informou que o governo ainda está finalizando os trâmites para trazer cerca de 40 brasileiros que estão em Wuhan, mas que ainda não há data definida para o voo. Ele acrescentou que a repatriação se aplica apenas aos brasileiros em Wuhan, já que os que estão fora da cidade têm o direito de de ir e vir e podem sair da China sem o apoio do governo.
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A decisão do governo de repatriar os brasileiros veio após a pressão feita por um grupo de cidadãos que está na China que divulgou um vídeo neste domingo (02/02) pedindo ajuda para retornar ao Brasil. Até a divulgação do vídeo, o presidente Jair Bolsonaro havia dado diversas declarações indicando que o governo não trabalhava com a possibilidade de organizar um voo de repatriação.
Palácio do Planalto/ Flickr
Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, afirmou que medida de emergência serve para "agilizar" processo de repatriamento
“Vamos trazer as pessoas que estão em Wuhan porque a cidade está em estado de bloqueio determinado pela autoridade de saúde da China. Vamos trazer as pessoas que queiram vir. Em segundo lugar, as que estejam em condições de vir e, em terceiro, que se garanta a proteção do coletivo com as medidas de saúde necessárias”, afirmou.
O representante da pasta adiantou que o governo deve encaminhar ainda nesta segunda ao Congresso Nacional uma medida provisória que vai definir os critérios de quarentena. “Vamos fazer uma lei de quarentena para fazer com que todos os itens relacionados a quarentena funcionem interligados”, afirmou o ministro.
Operação
Segundo Mandetta, o governo trabalha com a possibilidade de dois voos. O Ministério da Defesa ficará a cargo dos detalhes do voo e o das Relações Exteriores, dos trâmites junto ao governo chinês para a liberação dos brasileiros. “O prazo para o repatriamento será o necessário para que nós possamos fazer [o regresso] com a máxima segurança, respeitando todos os trâmites legais e de saúde”, disse.
Assim que chegarem ao Brasil, eles deverão ser submetidos a quarentena, de acordo com procedimentos internacionais, sob a orientação do Ministério da Saúde. A duração da quarentena será de 18 dias.
Ainda de acordo com o ministro, não há uma definição do local onde os brasileiros passarão a quarentena. O ministro citou a possibilidade de a quarentena ser realizada em uma base militar em Anapólis (GO) e outra em Florianópolis.
*Com Agência Brasil