Após a confirmação dos dois primeiros casos do novo coronavírus (2019-nCoV) na Itália, o governo declarou nesta sexta-feira (31/01) estado de emergência no país por conta do risco de disseminação da doença.
Segundo a deliberação aprovada pelo Conselho dos Ministros, o estado de emergência durará seis meses e prevê a destinação de 5 milhões de euros para evitar que o coronavírus se espalhe.
“À luz da declaração de emergência internacional pela OMS [Organização Mundial da Saúde], ativamos os instrumentos normativos de precaução previstos em nosso país para esses casos, como já havia sido feito em 2003, por conta da Sars [Síndrome Respiratória Aguda Grave]”, disse o ministro da Saúde Roberto Speranza.
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O estado de emergência serve para agilizar a liberação de recursos para combater crises momentâneas, como terremotos, erupções e outros desastres naturais, além de epidemias. Os 5 milhões de euros poderão ser usados para contratação de médicos, aluguel de edifícios para vigilância sanitária e compra de ambulâncias para transportar pacientes.
Os dois casos de 2019-nCoV confirmados na Itália são de um casal de turistas chineses proveniente de Wuhan, epicentro da epidemia, e que passa férias em Roma. Os pacientes estão internados no Instituto Lazzaro Spallanzani, referência no país em doenças contagiosas, e suas condições são boas.
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Segundo a deliberação aprovada pelo Conselho dos Ministros, o estado de emergência durará seis meses
Eles desembarcaram há alguns dias em Milão e é possível que tenham passado por outras cidades antes de chegar à capital. “Já esperávamos esses casos, estávamos preparados”, disse Giuseppe Ippolito, diretor científico do Lazzaro Spallanzani, a uma rádio romana.
O casal viajava em um grupo de pouco menos de 20 turistas, e todos estão sendo monitorados. O quarto do Hotel Palatino onde os dois estavam hospedados foi desinfetado, mas o diretor do local, Enzo Ciannelli, garantiu que não há risco para funcionários e clientes. “A situação é tranquila”, afirmou.
Até o momento, a epidemia do novo coronavírus já contaminou 9,8 mil pessoas, sendo 9,65 mil na China, e matou 213, todas elas no país asiático.