Relatório conjunto de organizações que incluem o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 675 milhões de pessoas ainda vivem sem eletricidade em todo o mundo.
Para estas pessoas a Segunda Revolução Industrial (terminada com a 2º Guerra Mundial, em 1945) que marca, entre outras situações, a transição da energia a vapor para a energia elétrica ainda não aconteceu.
Com dados de referência de 2021, o maior contingente está na África Subsaariana, que concentra 80% dos que não tem acesso à energia elétrica. O dado é alarmante para a região pelo fato de que este nível é o mesmo de 2010.
Isto contrasta com as medidas de transição energética encabeçadas pelos países desenvolvidos. Este ponto foi explorado pelo diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol. O representante da entidade, que subscreve o estudo, observa que enquanto muitos lugares o avanço para a energia limpa já acontece, ainda existe uma grande lacuna [675 milhões de pessoas] para se oferecer “acesso sustentável, seguro e universal a serviços modernos de energia”.
Metas
Apesar da situação na última década a taxa de alcance da eletricidade foi de 84% para 91%, entre 2010 e 2021. Em números, de 1,1 bilhão para 675 milhões. Porém, desde 2019, houve uma desaceleração do avanço em decorrência da pandemia de covid-19. A avaliação é que muitas pessoas passaram a não ter mais condições de arcar com os valores da eletricidade.
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Com dados de referência de 2021, maior contingente está na África Subsaariana, que concentra 80% dos que não tem acesso à energia elétrica
Este sinal já acendeu o alerta das organizações que se mobilizam para que os números não passem a recuar. O vice-presidente do Banco Mundial, Guangzhe Chen, observa que a situação é real com “desaceleração no ritmo global de eletrificação”
Para que isto não ocorra o avanço precisa ser de 1% ao ano, sendo que hoje está em 0,6%.
Portanto, o objetivo 7 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, estabelecido pela ONU, “assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos”, está sob risco nos termos de universalização do acesso.
Falta de energia e avanços
Entre os países com o maior número de pessoas sem acesso à energia elétrica: Nigéria (86 milhões sem acesso de uma população superior a 220 milhões de habitantes) e República Democrática do Congo (76 milhões sem acesso de uma população superior a 100 milhões de habitantes).
Por outro lado, as regiões que apresentaram grande avanço entre 2010 e 2021 foram Ásia Central e Meridional, diminuindo de 414 milhões para 24 milhões de pessoas que continuam sem eletricidade. Destaques foram a Índia, que se tornou o país mais populoso do mundo com mais de 1,4 bilhão de habitantes, e Bangladesh.
De acordo com o Banco Mundial, 99% da população brasileira tem acesso à energia elétrica.