A maior metrópole da Coreia do Sul, Seul anunciou nesta quarta-feira (14/02) a ampliação de apoio aos procedimentos de congelamento de óvulos, fornecendo até dois milhões de won (equivalente a aproximadamente R$ 7.4 mil) para cada mulher, entre 20 e 49 anos, que aceitar a intervenção.
Os custos em torno do tratamento não são baratos, chegando a alcançar quatro milhões de won (quase R$ 15 mil). No entanto, com o subsídio oferecido pelo governo, o valor passaria a ser reduzido em 50%.
A iniciativa sul-coreana também promete flexibilizar os critérios de apoio “para uma gravidez saudável” especialmente às que estão na faixa dos 20 anos, uma vez que as autoridades entendem que, como sendo ainda muito jovens na sociedade, a maioria seguiria dependendo do financiamento dos pais.
“A cidade de Seul acompanhará e apoiará totalmente os cidadãos que desesperadamente desejam ter filhos em uma situação grave que passamos enfrentando a baixa taxa de natalidade”, afirmou Kim Tae Hee, diretor do Departamento de Saúde Civil do Governo Metropolitano de Seul, assegurando que o congelamento de óvulos “irá aumentar a taxa de sucesso da gravidez e levará a partos saudáveis, garantindo o direito da mãe à saúde”.
Diante da nova proposta, a expectativa é de que, neste ano, o número de pessoas que se disponham ao procedimento, por meio do apoio do governo, duplique em relação a 2023, passando de 300 para 650.
Reprodução/News1
Baixa natalidade faz Coreia do Sul oferecer subsídio a mulheres que aceitarem congelar óvulos
Quem pode se submeter ao procedimento?
O público-alvo ainda segue restrito aos habitantes de Seul, incluindo mulheres de 20 a 49 anos que moram especificamente na capital sul-coreana há mais de seis meses.
No entanto, se o procedimento foi realizado a partir de 1º de setembro de 2023, e se a mulher estiver dentro dos critérios detalhados pelo governo recentemente, será possível receber o valor retroativo do tratamento.
Baixa taxa de natalidade
Uma das maiores preocupações da Coreia do Sul é referente à baixa taxa de natalidade no país, que é inclusive muito inferior à taxa de reposição, índice necessário para equilibrar a quantidade da população.
O governo sul-coreano tem investido bilhões de dólares para tentar conter o declínio demográfico, mas nenhuma medida tem sido muito eficiente uma vez que os problemas são estruturais e de longa data.
Pressão familiar, alta concorrência no mercado de trabalho, prioridade à carreira, longas jornadas no serviço e conservadorismo no ambiente de trabalho são alguns dos motivos pelos quais a Coreia do Sul registrou o menor índice de natalidade do mundo em 2023: 0,7 nascimento por mulher.
Portanto, a iniciativa apresentada pelas autoridades de Seul, nesta semana, se configura como mais uma das diversas tentativas do governo de incentivar a gravidez e combater a baixa taxa de natalidade no país.