O atraso na inauguração do novo aeroporto de Berlim desencadeou um fenômeno curioso e caro. Todos os dias, vários trens-fantasma percorrem a linha que deveria ligar Berlim ao novo aeroporto da cidade. Essa corrida diária ocorre há quase cinco anos.
Sozinhos, maquinistas conduzem seu objeto de trabalho pelos trilhos e túnel próximos à estação “Aeroporto Berlim Brandemburgo”, que está pronta desde junho de 2011. Mas sem a inauguração do local que receberá no futuro os visitantes da capital alemã, ela não tem autorização para funcionar. Mesmo se tivesse, não teria passageiros.
Agora, quando passageiros vão utilizá-la? A pergunta permanece sem resposta. O governo tenta solucionar todos os problemas estruturais que surgiram na obra do novo aeroporto neste ano, para que ele seja finalmente inaugurado em 2018.
picture-alliance/dpa/B. Settnik
Entrada da estação de trem do novo aeroporto de Berlim
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Difícil acreditar neste prazo, depois de vários adiamentos ano após ano desde 2011. Apesar do fiasco, a obra serviu para mostrar ao mundo que os clichês sobre a maravilhosa e perfeita engenharia alemã não passam de clichês, devido aos tantos problemas que surgiram e continuam surgindo na construção.
Enquanto a inauguração não chega, os trens-fantasma continuam em operação. Apesar de cara – em 2013, a estimativa era que essa manutenção custava 2 milhões de euros por mês –, as corridas diárias são necessárias para a ventilação do túnel e da estação, evitando desta maneira o surgimento do mofo e a deterioração da infraestrutura.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.