As celebrações de Páscoa no Vaticano foram abaladas pelos violentos atentados que atingiram pelo menos três igrejas e quatro hotéis de luxo no Sri Lanka, neste domingo (21/04). O Papa Francisco exprimiu sua “tristeza” e disse estar próximo de “todas as vítimas de uma violência tão cruel”.
Pelo menos 207 pessoas morreram, das quais ao menos 35 eram estrangeiras, e mais de 450 ficaram feridas. “Esses graves atentados levaram, precisamente hoje, dia de Páscoa, luto e dor a muitas igrejas e outros locais de reunião no Sri Lanka”, declarou o pontífice, após a tradicional bênção Urbi e Orbi, a milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro.
“Eu gostaria de exprimir a minha proximidade afetuosa com a comunidade cristã, atingida enquanto ela estava reunida e em orações, e a todas as vítimas de uma violência tão cruel. Confio ao Senhor aqueles que faleceram tragicamente e rezo para todos os feridos e todos os que sofrem por causa desse acontecimento trágico”, completou o papa.
Punição “sem piedade”
Já o arcebispo de Colombo teve um discurso mais duro sobre o drama, ao pedir ao governo do Sri Lanka que “puna sem piedade” os responsáveis pelos atentados. “Queria pedir ao governo que faça uma investigação sólida e imparcial para determinar quem é responsável por este ato e também que os puna sem piedade, porque apenas animais podem se comportar assim”, declarou o arcebispo Malcom Ranjit.
Apesar do discurso duro, ele convida a população a “não fazer justiça com as próprias mãos e a manter a paz e a harmonia neste país”. “Peço também aos que puderem que doem sangue para ajudar os que estão feridos”, acrescentou o cardeal.
Conflitos no mundo
Além dos ataques no país sul-asiático, Francisco também orou pelo conflito na Líbia e pelos refugiados sírios. “Que as armas parem de ensanguentar a Líbia, onde, de novo, pessoas sem defesa morrem nessas últimas semanas e onde muitas famílias são obrigadas a deixar suas casas”, disse, antes de solicitar “diálogo” entre as partes que se opõem no conflito pela tomada da capital Trípoli. De sábado (20/04) para domingo (21/04), os combates se intensificaram.
Quanto à Síria, Francisco lamentou que o povo “seja vítima de um conflito que perdura e que pode nos deixar cada vez mais resignados e até indiferentes”. “É o momento de renovar o engajamento por uma solução política que responda às justas aspirações de liberdade, paz e justiça, que enfrente a crise humanitária e favoreça o retorno em segurança das pessoas deslocadas e as que se refugiaram em países vizinhos, principalmente no Líbano e na Jordânia”, ressaltou o papa.
A situação no Sudão também é acompanhada de perto pelo Vaticano. O pontífice pediu ao presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e ao líder rebelde Riek Machar a se comprometerem pela “reconciliação da nação”. Os dois se reuniram recentemente com o papa para um retiro espiritual de dois dias, ao final do qual Francisco disse esperar que “as hostilidades cessarão finalmente e o armistício será respeitado”. O papa então se ajoelhou e beijou os pés dos dois rivais.
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Em missa realizada neste domingo, Papa Francisco exprimiu tristeza aos atentados no Sri Lanka.