Patronaggio determinou que os migrantes desembarquem nas próximas horas em solo italiano. A decisão foi anunciada pouco depois que um navio militar saiu da Espanha, nesta terça-feira, em direção à embarcação da Open Arms para o resgate de cerca de 90 pessoas.
“A situação no barco é explosiva, de máxima urgência”, reconheceu o promotor de Agrigento. Patronaggio também tomou a decisão de abrir uma investigação por sequestro de pessoas, omissão e recusa de ajuda oficial.
Para o ministro do Interior, a decisão o visa diretamente. “Se alguém acha que vai me assustar com a enésima denúncia e abertura de processo, engana-se. É uma piada convencer a Espanha a enviar um navio para fazer os migrantes desembarcarem na Itália e julgar o ministro do Interior que continua a defender as fronteiras do país”, publicou o líder da extrema direita italiana em seu Twitter.
Migrantes se jogaram no mar
Cerca de 15 migrantes que estavam a bordo do navio humanitário da Open Arms se atiraram no mar nesta terça-feira, sem coletes salva-vidas, para tentar chegar a nado a Lampedusa. A embarcação estava bloqueada a cerca de um quilômetro da costa da ilha até esta tarde nas águas italianas, proibida pelo governo da Itália de ancorar em qualquer porto do país.
A Open Arms recolheu mais de 140 migrantes à deriva na costa da Líbia, mas os menores e doentes puderam ser retirados do navio nos últimos dias. Restam cerca de 90 pessoas na embarcação onde a situação sanitária é calamitosa, ressalta há vários dias a ONG. “A situação está fora de controle”, publicou a Open Arms em sua conta no Twitter.
O governo espanhol enviou nesta terça-feira um navio militar para resgatar os migrantes. Madri já havia proposto no domingo (18/08) que a embarcação humanitária atracasse em Algeciras, no sul, ou nas ilhas Baleares, no oeste. Mas, para a ONG, a operação era “absolutamente irrealizável”. Devido à distância, seriam necessários mais três dias de navegação, uma espera “insustentável”, segundo os ativistas.