Um informe realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres mostrou que a região do Chifre da África vem sofrendo a pior seca dos últimos 70 anos, e que, em consequência disso, países como Somália, Quênia e Etiópia têm sofrido consequências severas em sua agricultura e na segurança alimentar da população.
Segundo o documento, o país mais afetado pelo fenômeno é a Somália. Os pesquisadores ingleses estimam que mais de 43 mil pessoas morreram desde 2022 por fatores provocados pela seca, incluindo fome, desidratação e outros problemas.
Outro dado apontado pelo estudo é que ao menos metade dessas vítimas estimadas seriam crianças com até cinco anos de idade.
O informe enfatiza necessidade de uma ação urgente das autoridades do país ou dos organismos internacionais para melhorar as condições dos habitantes das regiões mais afetadas, não só na Somália como no Quênia e na Etiópia.
Stuart Price / Flickr / Nações Unidas
Responsáveis pelo estudo defenderam ação de longo prazo das entidades internacionais para solucionar crise humanitária na Somália
“Nossas pesquisas sugerem a seca é o principal causador das mortes registradas na Somália em 2022, e esse número deve aumentar em 2023 se não for tomada nenhuma medida”, frisou o médico Francesco Checchi, um os autores do estudo.
O pesquisador explica que “apesar da resiliência dos próprios moradores da região, e de existirem dentro e fora do país uma organização da sociedade civil capaz de dar alguma resposta, é preciso uma reação internacional em larga escala, para entregar um apoio humanitário que seja contínuo ao longo do ano, se quisermos realmente superar esta crise”.