As equipes de resgate libertaram nove pessoas bloqueadas em um túnel em Taiwan na sexta-feira (05/04) e ainda procuram cerca de dez pessoas desaparecidas, após o maior terremoto que atingiu a ilha em 25 anos. Centenas continuam presas em montanhas.
O número de vítimas do terremoto de magnitude 7,4 ocorrido na quarta-feira (03/04) aumentou para 12 mortos e mais de mil feridos, segundo as autoridades, enquanto os serviços de emergência tiveram de entregar alimentos de helicóptero a muitos moradores isolados.
As autoridades locais anunciaram na sexta-feira que encontraram duas vítimas sem “nenhum sinal de vida” na região montanhosa de Hualien, no leste da ilha, perto do epicentro do terremoto, mas precisam realizar verificações antes de adicioná-las ao balanço.
“Atualmente, as duas pessoas vistas no local não podem ser identificadas porque estão soterradas a uma profundidade muito grande”, disse a Agência nacional de desastres.
Centenas de pessoas continuam presas nas montanhas do leste da ilha, com estradas bloqueadas por deslizamentos de terra e quedas de rochas.
As equipes de resgate mobilizaram helicópteros, drones e enviaram pequenos grupos a pé com cães para alcançá-los.
Nove em túnel
Eles resgataram nove pessoas vivas na sexta-feira em uma passagem localizada em um desfiladeiro frequentado por turistas e chamado de Túnel das Nove Torres.
Na cidade de Hualien, os trabalhadores começaram a demolir o edifício “Urano” com um guindaste, que inclinou 45 graus após o terremoto, depois que metade do primeiro andar desabou.
Antes do início da demolição, trabalhadores e autoridades realizaram uma pequena cerimônia, queimando incensos e oferecendo flores, bebidas e frutas, com orações para que o trabalho corresse bem.
De acordo com a Agência nacional de catástrofes, mais de 700 pessoas continuam presas em túneis ou áreas isoladas, mas foram localizadas pelos serviços de emergência que ainda procuram 18 pessoas desaparecidas.
“Tudo seguro”
As equipes de resgate entregaram alimentos e equipamentos em caixas de helicóptero na manhã de sexta-feira para pessoas abrigadas em uma escola primária isolada.
Nove pessoas retidas num hotel de luxo, Silks Place Taroko, inacessível por estrada, também foram retiradas de helicóptero.
Num albergue da juventude, cerca de cinquenta pessoas, incluindo um britânico e quatro alemães, aguardavam a desobstrução das estradas, segundo um funcionário.
“Estamos todos seguros e temos suprimentos suficientes. As estradas danificadas estão sendo reparadas”, disse a funcionária, de sobrenome Lin, que expressou o desejo de deixar o local.
No norte de Taiwan, a vida voltou ao normal, apesar dos vestígios do terremoto ainda visíveis em muitos edifícios.
Na cidade de Nova Taipei, uma linha de metrô de superfície (skytrain) estava em reparos depois que um trilho se soltou, enquanto becos ao redor de Taipei, onde ainda caíam destroços, foram fechados.
O terremoto de quarta-feira foi o maior a atingir Taiwan desde o tremor de magnitude 7,6 na ilha, em 1999.
Esse terremoto, que matou 2.400 pessoas, continua a ser o desastre natural mais mortal na ilha até à data.
Regulamentos de construção rigorosos, com o reforço dos padrões sísmicos nos últimos anos, e a sensibilização pública generalizada para os desastres naturais ajudaram a limitar o impacto desse novo terremoto em Taiwan.