Os tumultos começaram após a manifestação de um pequeno grupo de soldados, policiais e agentes penitenciários contra o governo, que protestavam contra o corte de salários. Mais de 1.000 soldados permanecem de prontidão. O governo alega que teve um problema técnico e prometeu fazer a correção.
Os distúrbios se espalharam até Lae, a 300 km ao norte da capital, e em pelo menos outras quatro cidades do país.
O comissário de polícia David Manning já havia relatado que 15 pessoas morreram em distúrbios na capital e em Lae. O maior hospital de Port Moresby atendeu 25 pessoas com ferimentos de balas e outras seis com cortes de facão
Mais cedo, uma multidão se reuniu em frente ao gabinete do primeiro-ministro em Port Moresby, derrubando uma cerca de segurança e incendiando um carro de polícia estacionado.
Os manifestantes também teriam visado empresas de propriedade chinesa. O Ministério das Relações Exteriores da China apresentou uma queixa ao governo e disse que dois cidadãos chineses ficaram “levemente feridos” na violência. A embaixada dos EUA relatou tiros perto de prédio enquanto a polícia tentava “dispersar grupos de saqueadores”.
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Foram registradas 16 mortes em protestos nesta quarta-feira (11/01)
Atos ilegais não serão tolerados
Em um discurso à nação, o primeiro-ministro James Marape criticou a aplicação da lei e alertou que nenhum “ato ilegal será tolerado”. A situação continua tensa em alguns pontos da capital e a polícia recebeu ordens para disparar munições reais. Vários países, incluindo a Austrália, pediram calma.
A onda de violência reflete a situação instável no país localizado a apenas 200 km da costa norte da Austrália. Embora tenha enormes reservas de gás, ouro e minerais, grupos de direitos humanos estimam que 40% dos seus nove milhões de habitantes vivem abaixo do limite da pobreza.