(*) Atualizada em 23 de março, às 16h59
A operação de resgate no Crocus City Hall, a casa de shows localizada nas proximidades de Moscou que foi alvo de ataque a tiros na sexta-feira (22/03), foi encerrada na tarde deste sábado (23/03) de acordo com o governador local, Andrey Vorobiey. No entanto, a autoridade russa afirmou que buscas por outras vítimas nas proximidades seguem em vigor.
“A operação de resgate no local da tragédia foi concluída. A operação de buscas ainda está em andamento. Hoje, as equipes de resgate limparam uma enorme camada do auditório. Ao longo de 24 horas, 133 corpos foram retirados dos escombros e foi possível identificar preliminarmente a identidade de 50 mortos. A identificação por familiares está à frente. Nos hospitais, os médicos lutam pela vida de 107 pessoas”, escreveu no canal Telegram.
O balanço já tinha sido antecipado pelo Comitê de Investigação da Rússia durante os trabalhos à tarde. Os investigadores haviam alertado que mais corpos poderiam ser encontrados ao longo da operação.
“De acordo com dados preliminares, as causas da morte foram ferimentos por arma de fogo e envenenamento por produtos de combustão (inalação de fumaça)”, afirmou o órgão durante as buscas, enquanto trabalhavam examinando imagens de câmeras de segurança e analisando evidências dos ataques no local.
Segundo o Ministério da Saúde de Moscou, ao menos três crianças estão entre as vítimas falecidas e pelo menos 121 pessoas ficaram feridas, enquanto 107 precisaram de internação.
11 detidos e possível envolvimento com Ucrânia
Em comunicado neste sábado, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou que 11 pessoas foram detidas por cumplicidade no ataque “cuidadosamente planejado”.
O órgão detalhou que, entre os detidos, há “quatro terroristas que estiveram diretamente envolvidos no ataque terrorista a Crocus”, acrescentando que as investigações para localizar outros cúmplices continuam.
Ainda de acordo com a nota, “os criminosos tentaram escapar de carro, fugindo em direção à fronteira russo-ucraniana” e eles “pretendiam cruzar a fronteira Rússia-Ucrânia e tinham contatos relevantes do lado ucraniano”, embora a Ucrânia tenha negado influência ao caso.
De acordo com a agência, “todos os quatro terroristas” foram presos na região russa de Bryansk em poucas horas e os detidos transferidos para Moscovo.
Descrito como um “ataque terrorista sangrento” pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, e repudiado pela comunidade internacional, o atentado ocorreu na sexta-feira (23/03) na Câmara Municipal de Crocus, em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa. A casa de shows tinha capacidade de 7.500 pessoas e estava quase lotada quando os terroristas atacaram. O caso ocorreu antes de uma apresentação da banda de rock russa chamada Picnic.
Putin promete punição aos responsáveis
Ao classificar os disparos no Crocus City Hall como “um ato terrorista selvagem”, o presidente Vladimir Putin prometeu, neste sábado, que todos os responsáveis serão “punidos”, de acordo com a AFP.
O chefe de Estado russo, que segundo o Kremlin estava acompanhando o progresso das investigações, expressou solidariedade aos feridos, além de agradecer aos médicos responsáveis pelo pronto atendimento.
“O diretor do FSB, Aleksandr Bortnikov, o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, o chefe do Comitê de Investigação, Aleksandr Bastrykin, e o diretor da Guarda Nacional Russa, Viktor Zolotov, informaram Putin sobre o progresso da investigação do ataque terrorista no Crocus City Hall”, dizia o comunicado transmitido pela vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova, na sexta-feira.
Segundo a Sputnik Brasil, além da atualização da investigação, o ministro de Emergências, Aleksandr Kurenkov, informou o líder russo sobre as medidas adotadas para resgatar pessoas e oferecer assistência necessária às vítimas.
Conselho de Segurança da Rússia sugere implicação de Kiev
Em redes sociais, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, desejou “sinceras condolências” às famílias das vítimas do atentado e defendeu a necessidade de lutar contra os terroristas na mesma altura dos ataques.
“Os terroristas só compreendem a resposta através do terror recíproco. Nenhum tribunal ou investigação ajudará se não enfrentarmos a força com força”, disse a autoridade, acrescentando “eliminação sem remorso” dos responsáveis pelo ataque.
Medvedev também sugeriu a possível implicação de “terroristas do regime de Kiev”.
“Se for determinado que são terroristas do regime de Kiev, lidar com eles e seus inspiradores ideológicos de outra forma é impossível. Todos eles devem ser encontrados e implacavelmente eliminados como terroristas. Incluindo funcionários do Estado que cometeram tal atrocidade”, declarou o vice do Conselho de Segurança.
(*) Com RT e Sputnik Brasil