A imprensa francesa repercute a tragédia ocorrida no domingo (09/04) em Marselha, no sul do país. O desabamento de dois imóveis nesta que é a segunda maior cidade da França deixou ao menos quatro mortos, além de vários feridos. Moradores do primeiro edifício que desmoronou após uma explosão ainda estão soterrados sob os escombros.
No total, das oito pessoas que estavam no prédio onde ocorreu um incêndio posterior a uma explosão, quatro continuam desaparecidas. Essas vítimas seriam idosos e um casal, de acordo com a procuradora de Marselha, Dominique Laurens. Desde que o edifício da rua Tivoli desabou, provocando horas mais tarde a queda de um imóvel vizinho, familiares tentaram contatar os habitantes por telefone. Mas ninguém respondeu. De acordo com a procuradora de Marselha, não há crianças nem menores entre as vítimas.
“Pensei que fosse a guerra” é o título da reportagem especial do jornal Le Parisien, que reproduz o testemunho de um pai de família que vive em um prédio nos fundos do primeiro imóvel que desabou. Ao diário, ele conta que acordou subitamente com o barulho, que acreditou ser de bombas, imaginando que a França estivesse sendo atacada pela Rússia, devido ao apoio militar do país à Ucrânia. Sua primeira reação foi deixar rapidamente seu apartamento com a esposa e as duas filhas e buscar refúgio na casa de vizinhos.
Flickr/Département des Yvelines
Causas do acidente não foram determinadas, embora investigadores privilegiem hipótese de vazamento de gás
Le Parisien destaca que o primeiro imóvel desabou após uma violenta explosão à 0h46 pelo horário local (19h46 de sábado no horário de Brasília), no 5° distrito de Marselha. Até o momento, as causas do acidente não foram determinadas, embora os investigadores privilegiem a hipótese de um vazamento de gás. Durante o dia, um segundo prédio veio abaixo e outro edifício vizinho foi gravemente danificado.
Embora a população tenha rapidamente feito o paralelo com um imóvel em condições insalubres que desabou em 2018 matando 8 pessoas, o prefeito da cidade, Benoît Payan, rejeita a comparação. Moradores do bairro confirmaram à reportagem do jornal que as residências do bairro palco da tragédia são edifícios bem cuidados, que não tinham nenhum indício de desmoronamento.
Moradores chocados
“Temor e interrogações” é o título de uma matéria do jornal Le Figaro que retrata o choque dos moradores do bairro. O diário destaca que os bombeiros chegaram rapidamente ao local e puderam resgatar imediatamente cinco feridos, que foram levados ao hospital.
No imóvel vizinho que desabou na manhã de domingo, os moradores foram salvos a tempo; muitos deles se refugiaram no teto da construção. “Por precaução, 32 imóveis da área foram esvaziados, e seus 199 residentes retirados”, afirma Le Figaro, salientando que 50 pessoas fizeram pedidos de um alojamento de emergência, sem ter onde se abrigar.
O jornal Le Monde destaca que dois mortos foram retirados dos escombros 24 horas após o primeiro desabamento. As equipes continuam as buscas nesta segunda-feira. O prefeito Benoît Payan garante que “enquanto houver esperança, as operações não serão interrompidas”.