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Super-Revolucionários

Stálin, o polêmico marechal de ferro

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'A humanidade está dividida em ricos e pobres, entre proprietários e explorados; e abstrair-se dessa divisão e do antagonismo entre pobres e ricos significa abstrair-se do fato fundamental'

Haroldo Ceravolo Sereza
Fernando Carvall

São Paulo (Brasil)
2020-01-06T17:00:00.000Z

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Josef Stálin (1878-1953), nascido Josef Vissariónovitch Djugashvili, é uma das figuras mais emblemáticas do movimento revolucionário internacional. Sua figura representa, ao mesmo tempo, a resiliência diante do czarismo na Rússia e do nazifascismo na Europa e o a relativamente bem sucedida gestão estatal socialista, mas não menos a perseguição sistemática e não raro paranoica a ex-companheiros de luta. Stálin também representou a institucionalização da burocracia soviética.

Georgiano, de família pobre, Stálin juntou-se ao Partido Operário Social-Democrata Russo na juventude. Foi editor do jornal Pravda (Verdade) e era integrante do núcleo dirigente bolchevique em 1917, quando irrompe a revolução, e, ao lado de Trotsky, foi um dos principais responsáveis pela vitória do Exército Vermelho na Guerra Civil que se seguiu.

Nos anos 1920, após a morte de Lênin, acabaria por se impor como principal dirigente do partido e da União Soviética enfrentaria implacavelmente as oposições internas, até afastar boa parte dos dirigentes da revolução até consolidar o poder. Durante a Segunda Guerra Mundial, era o líder absoluto da União Soviética, e a resistência soviética aos alemães garantiu a vitória das forças aliadas.

Stálin governaria a União Soviética até 1953, ano de sua morte. Com a ascensão de Nikita Kruschev, inicia-se um processo de “desestalinização” e de denúncia de seus abusos que dividiria mais uma vez o movimento comunista internacional.

Stálin é mais nova carta do baralho Super-Revolucionários, que Opera Mundi e Nocaute publicam conjuntamente. Já foram publicadas as cartas de Clara Zetkin, Lênin, Che Guevara, Gramsci, Fidel Castro, Liudmila Pavlichenko, Prestes, Frida Kahlo, Alexandra Kollontai, Bela Kun, Nelson Mandela, Mao Zedong, Simone de Beauvoir, Ho Chi Minh, Leon Trotsky, Olga Benario, Karl Marx, Salvador Allende, Tina Modotti, Marighella, Rosa Luxemburgo e Franz Fanon.

Com desenho do artista plástico Fernando Carvall e texto e concepção de Haroldo Ceravolo Sereza, essas cartas, numa análise séria, mas sem perder o humor jamais, atribuem "notas" à atuação desses grandes nomes da luta por um mundo mais justo e solidário.

A ideia é, depois de alcançarmos um número suficiente de cartas, montar um jogo inspirado no conhecido Super Trunfo e publicar um livro com os cards e informações sobre esses super-revolucionários.

As notas são provisórias e estão sujeitas a modificação.

REBELDIA 8

Inicialmente um jovem e dedicado seminarista (o Seminário foi um caminho para a obtenção de bolsas de estudo), Josef Vissariónovitch Djugashvili demonstrou seu descontentamento com os monges se declarando ateu. Já influenciado pelas leituras socialistas, deixou o seminário em 1899, quando começa a trabalhar como meteorologista na cidade de Tíflis, capital da Geórgia. Em 1901, depois de organizar diversas manifestações e manter-se numa semiclandestinidade, ingressa no Partido Social-Democrata Russo.

DISCIPLINA 9

Entre 1901 e 1917, passando pela Revolução de 1905, Stálin foi um ativo participante das ações do partido, incluindo ações armadas e expropriações. Preso diversas vezes, tinha, como georgiano, um papel especial na organização das minorias étnicas do Império Russo. Também editou diversas publicações. Foi um dos responsáveis pela encarregado de converter o semanário bolchevique Zvezda ("Estrela") em um diário, o Pravda ("A Verdade").

TEORIA 6

Stálin adotou este pseudônimo após publicar, em 1912, com a assinatura de K. Stálin, o livro O Marxismo e o Problema Nacional. Boa parte de sua obra está, no entanto, muito diretamente ligada à atuação como dirigente partidário e do Estado soviético. O que se convencionou chamar de “stalinismo” relaciona-se mais com a política centralizadora que adotou, a prioridade à consolidação do socialismo na União Soviética antes da promoção da revolução em outros países e à violência política que impôs do que a textos pensados originalmente como teóricos.

POLÍTICA 8

Stálin foi especialmente hábil na concentração de poder como secretário geral do Partido Comunista da União Soviética após a morte de Lênin. Perseguiu implacavelmente diversos opositores dentro partido e, por vezes, minorias étnicas que resistiam ao poder centralizado de governo central. De todas essas perseguições, que têm como marco emblemático os chamados Processos de Moscou, destaca-se a rivalidade que travou com Leon Trotsky. Em 1941, sob suas ordens, Trotsky foi assassinado no México pelo agente Ramón Mercader.

COMBATIVIDADE 10

Em março de 1917, Stálin chegou à Rússia vindo do exílio. Já era uma das figuras mais importantes do Comitê Central bolchevique e foi uma figura central na Revolução, sob o comando de Lênin e atuação fundamental de Trotsky e Kamenev, entre tantos outros. Foi um líder militar implacável na Guerra Civil e, durante a Segunda Guerra Mundial, foi capaz de comandar o exército e a nação com maior número de vítimas do confronto, mas que saiu vitoriosa e libertou boa parte da Europa. Suas boas relações com o presidente norte-americano Franklin Roosevelt também foram fundamentais na luta contra o nazismo.

INFLUÊNCIA 8

A liderança de Stálin na Terceira Internacional era indiscutível e influenciou a formação de partidos comunistas em todo o mundo, muitas vezes de forma absolutamente acrítica. As denúncias dos crimes cometidos por seu regime, após sua morte, em 1953, com as mortes em razão de conflitos internos e motivação política contadas na casa dos milhões, levaram a diversas rupturas entre as forças comunistas. Debater seu papel na consolidação do Estado socialista na União Soviética, na sua persistência por sete décadas e, por outro lado, na sua em 1989 é garantia de polêmico até os dias de hoje e certamente continuará sendo por muito tempo.

                                       

                                           

 

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Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

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Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

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Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

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